Poema de Daniela Pace
imagem: google |
Ave do Paraíso
Você ateou fogo em meu peito,
mas não ardeu comigo.
Assistiu a dança das salamandras
e se aqueceu ao calor das chamas
e até aplaudiu, camuflado na platéia,
quando as labaredas alcançavam estrelas.
Mas não verteu uma só lágrima sobre as cinzas,
apenas sentiu um estranho vazio,
ao deixar escorregar por entre os dedos,
o pássaro que brilhava e pensou:
ele talvez renasça,
numa manhã novinha em folha,
quando eu abrir os olhos.
Daniela Pace Devisate (Devi Sat), em 07.02.2020
(Ilustração "Beata Beatrix", Dante Gabriel Rossetti, c. 1864-70)
Daniela Pace Devisate (Devi Sat , Iandella Cape) nasceu em São Paulo, capital, em 1971. Escreve desde criança, poemas, contos e prosa poética. Formada em Pedagogia e Artes Visuais, é professora de Arte da rede estadual paulista, leciona no município de Iguape. Produz livros de artista e livros de poesia artesanais, tendo participado de diversas feiras de publicação independente. Tem poemas nas revistas Germina, Mallarmargens, Literatura&Fechadura, Gente de Palavra. Participou da antologia Voos Literários e finaliza seu livro de poesia Haikai Tupy, a ser lançado esse ano.
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