Coluna 01 - In-Confidências - Apresentação, por Adriana Mayrinck
Estreando minha coluna na Revista!
por Adriana Mayrinck
As árvores balançam suavemente
nesse final de tarde, através da janela acompanho a vida que passa pelas ruas
desertas, em mais um estado de emergência e confinamento em Portugal. Mas com
outro olhar, outra percepção do que aconteceu em março de 2020. Atravessei
todas as situações e emoções, sentidas e vividas através da janela, do ecrã,
dos livros, filmes ou lives, nesse tempo. Em março vai fazer um ano, em qua as
únicas pessoas que tenho contato físico são os que moram comigo (família), ou
desconhecidos em supermercados, fármácia, médicos, dentista ou correios. Quase
um ano sem encontrar amigos, parceiros, autores, leitores. No início, ainda
almocei com dois amigos e tomei um café com outro. No mais, aprendi a conviver
entre o distânciamento físico, mas tão perto virtualmente ou por telefone e a
vontade de desconectar e dar um tempo das redes sociais. Aprendi a superar antigos
paradigmas, despertar os meus sentidos, desconstruir formas engessadas de
estar, ter resiliência e re-criar.
Conheci pessoas
fantásticas que sem o confinamento, talvez não estariam tão integradas na minha
vida e projetos e apesar da crise de ansiedade, da depressão, do início da
menopausa, sim veio tudo junto com a pandemia e a marca dos cinquenta anos. E
quando parei, uma avalanche de sentimentos
e desequilíbrios me soterraram. Na rotina excessiva de eventos e muito
trabalho, não dava atenção aos pequenos sinais que o corpo já estava emitindo
com a mente sobrecarregada e sem tempo para descansar. Não processei a
travessia, não pensei no que era ser imigrante, deixar uma história para trás,
apenas, fui seguindo dia a dia, sem perceber o quanto tinha me abalado in-conscientemente,
recomeçar nas terras lusas.
No meio disso tudo,
resgatei antigos projetos, um deles era atualizar um dos meus blogs criado em
2012. E retornar a escrita, que ao atravessar o Atlântico e me dedicar à divulgação
de autores e livros, comecei a deixar de lado, indiferente a vontade de pegar
uma caneta e um papel que gritava, todas as manhãs, tentando chamar a atenção
para um antigo hábito matinal, que era deixar transbordar os pensamentos em poesia,
prosa, crônicas ou textos de opinião, entre a fumaça do café bem quente e as músicas
do Oswaldo Montenegro.
E hoje, estou aqui, contente
em ter superado a minha preguiça, ou até mesmo o boicote ao que me dava imenso
prazer, agradecendo o espaço, o acolhimento, a parceria da Revista Ser
MulherArte e todo o incentivo da Chris e o apoio da Divanize.
Faço um convite: Acompanhem essa coluna, todas as sextas-feiras, chova ou faça sol, com ou sem pandemia, estarei aqui, comprometida em manter a minha promessa, por tanto tempo adiada: voltar a escrever e sentir-me novamente realizada – na parte de dentro.
Trazendo para
vocês miscelâneas e In-Confidências.
Um abraço,
Parabéns pelo SER HUMANO que és!
ResponderExcluirGrata querida, por todo o apoio e carinho.
ExcluirPrazer em conhecê-la! Então as sextas serão recheadas de in-confidências, sei, sei...
ResponderExcluirGrata querida, por todo o apoio e seja bem-vinda!
ExcluirQuerida Adriana, cá estarei para te acompanhar. Beijinho
ResponderExcluirGrata querida, por todo o apoio e carinho.Beijinho
ExcluirUm texto cheio de sensibilidade e expressando bem o que tantas pessoas sentem. O observar dentro dos vidros de uma janela a vida que passa lá fora, o conhecer e partilhar virtualmente com pessoas que certamente nunca teremos a possibilidade de as conhecer pessoalmente, o arrumar das ideias e sentimentos de nós próprios...Obrigada Adriana Mayrinck, por este texto que fala de ti, de nós e dos sentimentos que dentro de nós muitas vezes estavam adormecidos! Sucesso, muito sucesso para esta revista que sendo para Mulheres é para todos. Beijinhos-Isabel
ResponderExcluirGrata querida, por todo o apoio e carinho. Sempre! Beijinhos
Excluir