Cinco poemas de Marta Valéria Aires F. Rosa | "Respiro lentamente o prazer da criação"
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Cinco poemas de Marta Valéria Aires F. Rosa
"Respiro lentamente o prazer da criação"
SUBMERSÃO
de olhos fechados
sinto o calor do sol invadir
primeiro os meus olhos
depois boca
corpo
o vermelho toma conta de mim
assim como o silêncio os meus ouvidos
pele
sangue
coração
vejo o azul
entre nuvens brancas de paz
a água que molifica o meu coração
e me faz esquecer
o morno líquido transporta-me
ao útero materno
de braços abertos consigo tocar
a leveza do meu ser
respiro lentamente o prazer da criação
a vida alternada entre rajadas de vento
a paz suavizada pela imensidão do céu
na boca o sabor de viver e estar viva
no corpo o gozo da submersão.
SULFERINO
Adoro o frescor
volátil de cortinas de voal ao vento
A brisa que embala a
dança das folhas dentro do vaso de barro
A simplicidade
infantil de telhas aparentes sarapintadas de terracota queimada
Duas pombas que
brincam de beber água na piscina pífia
O nostálgico canto do
bem-te-vi em cima da árvore morta
Fogos de artificio
que sibilam no ar quebrando o silêncio sabático
De pessoas simples...
Pensamentos
simples...
Sucumbidos pela
imponência de duas capitonês sulferino.
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DESPIDA
despi-me
em
palavras
versos
rimas
pés
descalços
mãos
desnudas
no arreganho
do escárnio
escancarei
minhas
digitais
a alma
transmutada
atravessada
ao
avesso
da
matéria
sete luas
meia sete
setenta
e
dois
gira
sóis
em
nove
sete
despi-me
perante
verbos
ditos
profanados
em
sussurros
mal
ditos
repetidamente
esmiuçada
descarnada
entre
pedaços de
pele
frases
e
sentimentos
HERBÍVORO CELESTE
sol forte
breve brisa
vento leve
vem
leva-me
à vida
nuvem escura
brancas nuvens
rabiscos revelados
leão forte
três sábios
broto roto
flor vibrante
pendão no chão
morte na vida
zangão metalizado
herbívoro
celeste
plana
pruma
poliniza
apis
mellifera
vívida e voraz
vem e leva
o néctar
leva
a minha vida
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DAHLIA
a dahlia
encachopada
elegantemente
vestida
de
pétalas rubras
dançava
entrelaçada
na leveza
de sua tez
altiva se
destacava
na
imensidão
esverdeada
pelo fino
caule
doce
forte bulbo
e a
cabeça
delicadamente
abaulada
tocada
pelo
Vento
embalou
encorajada
as sete corolas
seduzindo
o Monte
encarnado
neste
embaraço
perdeu o
compasso
e todas
as pétalas
uma a uma
arrancadas
mas no
seu cerne
o coração
permaneceu
pulsante
perenal
encaixotado
no seu
âmago
absolutamente
deslacrado
Poemas potentes de vida, encarnados em flores que desabrocham.
ResponderExcluirParabéns pelos poemas.
ResponderExcluirEspero que seja apenas o início dessa nova saga...
Parabéns!!!
ResponderExcluirLindos!!!
Orgulho de ser sua prima!
��
Parabéns! Muito lindos
ResponderExcluirLindos poemas😻🥰
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