Preta em Traje Branco | Versus in Veritas de Valéria Rufino
Toc, toc, toc são passos
Tocando o assoalho de um velho casarão
Da escadaria rola um corpo
Gotas de vinho chileno
Lambuzam o cálice
Na mão de uma criança
Que olha a cena
Sentindo calafrios
Tremendo as mãos e os olhos
Chora um sorriso fingido...
Sensores
Ouvido tem,
Cabeça sem orelhas.
Armado tem,
O nariz que não cheira.
O gosto tem,
Sabores de não...
O pão que levo à boca
Tem o odor derretido
Da tua saliva.
Tragará a dor
De me ter,
Sem a mim dar valor.
Valor...
Valores...
... A tradição
Que não queria
Está presente
...Inconsciente...
Fim
Este é o fim...
Entre linhas o vazio
Preenchido pelo obscuro laço da prisão
A palavra envolve a mente
Como a forca degola a força
A altivez do homem
Onde a tinta não chega
A alma poética
Marca sua presença
O fim está nas linhas
Traçadas pelas veias do coração
O vazio navega na imensidão
Este nem quer ser o fim...
Que maestria dessa grande poeta. Quando talento.
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