Poema | Sequela do Amor, por Jeane Tertuliano
|Coluna 02|
Sequela do Amor
O tempo chicoteia a memória
i n c e s s a n t e m e n t e.
Entretanto, o sádico ignora
um pequeno-grande porém:
quando se ama alguém,
esquece o esquecimento;
resistindo, assim, ao tormento.
O romântico é,
primordialmente,
um semideus:
mediante a prévia do fracasso,
concebe um desfecho do seu agrado,
crendo piamente na sua veracidade.
Devaneando no mar do amor genuíno,
fica insone e dá asas ao vil desatino:
chora e ri de si mesmo ao naufragar.
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