Preta em Traje Branco | Giro Noroeste de Valéria Mendonça
Em tempos de pandemia
O que fazer em casa sem companhia?
Talvez arrumar os armários?
Limpar em cima da geladeira?
Jogar as tuppeware sem tampa fora?
Tirar o pó dos livros
Talvez até ler aquele romance
Que você comprou a mais de uma década
E ainda não teve tempo de ler
Andar pelo o quintal
Mexer naquele vaso
Plantar uma rosa
Lavar os cabelos , depilar as pernas
Pintar as unhas...ufa
Tudo isso sem culpa
Sem pressa
Parar na janela olhar a lua
Olhar no espelho
E ter orgulho do que está vendo
Pois a mudança
Vem de dentro
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O mais difícil desse
Distanciamento social
E saber que não terá
COLETIVO NÓS DA VIELA
Crianças correndo
Nem som montado no quintal
No SAMBA DO CONGO
não terá
ENCONTRO DE COMPOSITORES
onde celebramos juntos dos amigos
Com sambas autorais e muitos sorrisos
Nem LUZ NASCIMENTO
preparando a feijoada
Enquanto rola a batucada
Meus Deus mais que sufoco
Não terá SARAU DA BRASA
onde encontramos consolo
Para a nossa alma
Nem os tambores
Do JONGO DO CORETO
com nossos pés no terreiro
Que energia boa
Contagia o corpo inteiro
Meu Deus quanto lamento
Pois somos resistência
Juntos, porém separados
Somos mais um ELO DA CORRENTE
outra vez FIRMEZA PERMANENTE
MESTRE SORÓ
Presente!
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