A visita do papai Noel O barulho da chuva acorda a menina dentro de mim. Combino com o meu filho como seria legal pendurarmos luzes nos pergolados e montarmos a árvore de natal. A infância me toma por minutos, o suficiente para o resgate de mim mesma. Houve uma vez em que senti o papai Noel. Na rua em que morava havia uma feira com todo tipo de alimentos e brinquedos. Quando chegava perto do natal era mais linda ainda de se ver. O homem da cobra parecia mais vivo, ciganos vendiam suas cores, variações de brinquedos, alimentos e doces. Às vezes me imaginava com uma maçã nas mãos, ou um brinquedo. Ao longo da infância, passávamos por muitas necessidades e esperar por um brinquedo era luxo, a vontade de permanecer em pé vinha em primeiro lugar. Nossos pedidos para papai Noel não chegavam. Era comum faltar o gás e a barriga vazia esperando o almoço calava a fome de brinquedos. Quem sabe por descuido, são tantos pedidos para atender. Mas