Isabel Furini e Marli Boldori: Dia dos avós

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O Jardim da avó - Poema de Isabel Furini

Lembro-me do jardim da avó...

Muitas plantas, muitas flores,

sem sofisticação,

mas com beleza e amor.


Anémonas, cravos, margaridas

dálias, hortênsias, papoulas…

Era um jardim colorido,

visitado pelas abelhas.


Eram milhares de abelhas

que todos os anos invadiam

o jardim, que tinha cheiro

de anêmonas e de jasmins.


E eu não achava que a vó era velha,

para mim, ela era uma flor,

pois onde reina o amor

os olhos enxergam beleza.




Queridos avós (por Marli Boldori)

Na tarde de hoje, a mãe de Paulinho foi levá-lo ao parque. Olhou ao redor para encontrar um bom lugar onde pudesse atender o filho e aproveitar o tempo para uma boa leitura.

Deixou o menino ao lado dos balanços, orientou-o para não se afastar dali.

A mãe encontrou uma frondosa árvore e ficou sob ela para ler. Era um lugar estratégico, ela tinha plena visão do seu filho e havia uma ótima sombra.

Paulinho adorava brincar no parque, aliás como qualquer criança. De repente, chegou um menino, veio correndo ao encontro de Paulinho. Era a primeira vez que se encontraram, mas logo fizeram amizade e brincaram muito. 

O novo menino disse que seu nome era Luciano. Foi o momento das apresentações. 

-Quem está com você, Luciano?

- Meus avós, estão sentados naquele banco lá adiante.

-Seus avós trazem você ao parque?

-Sim, fico com eles quando meus pais vão trabalhar. Depois me levam para a casa deles, faço meus deveres de casa, eles me ajudam, e fico pronto para quando meus pais vêm me buscar.

Paulinho ficou surpreso ao saber que os avós de Luciano, o ajudavam até nos deveres de casa.

Queria saber mais.

-Seus avós o levam para passear?

-Sim, ontem me levaram para passear de trem, amanhã iremos ao cinema ver um filme infantil. Eles gostam de sair e me levar com eles, seus avós não levam você passear?

-Não conheço meus avós, mamãe disse que eles moram muito longe e por isso, nunca vieram me ver. Fico muito triste, pois gostaria de ter avós assim como você.

-Quem ensinou você a andar de bicicleta, não vai me dizer que foram seus avós.

- Foram eles sim, eu tinha uma bicicleta com três rodas, um dia meu avô chegou lá na minha casa e disse:

-Luciano, você já é um mocinho para andar com uma bicicleta com três rodas, vamos tirar uma, e vou ensinar você a andar com uma bicicleta com duas rodas.

-Eu fiquei com muito medo de cair, mas no mesmo dia, já consegui me equilibrar e nunca cai.

Que maravilha! -Exclamou Paulinho.

A mãe o chamou, estava na hora de irem embora. Com tristeza ele falou para o novo amiguinho:

-Você não vai?

-Vou brincar mais um pouco, logo minha avó me chama.

-Vamos nos encontrar outros dias aqui.

-Vamos sim. Até logo!

Paulinho chegou correndo com lágrimas escorrendo pelo rosto.

-O que foi, meu filho, está machucado?

-Não, mamãe, eu quero ter um vovô e uma vovó, igual aos avós do meu amiguinho.

A mãe nada respondeu, mas derramou algumas lágrimas e pensou: - Que bom seria se Paulinho tivesse avós, seria uma grande bênção.

Marli Boldori é professora e escritora.



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