#8MAR | Reflexão & Poesia | Chris Herrmann
Para quem ainda não sabe, a data que se comemora o Dia Internacional da Mulher, 8 de Março, não é uma escolha aleatória. Ela tem um simbolismo muito forte em sua origem. O machismo estrutural sempre esteve presente na história do mundo em todas os setores e camadas sociais. Mas para explicar a data, vamos começar pelo Século XIX.
No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.
A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.
Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o “Dia Internacional da Mulher”, em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Ao ser criada esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, elas ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história.
Agora, falemos do Brasil. Podemos dizer que o dia 24 de fevereiro de 1932 foi um marco na história da mulher brasileira. Nesta data foi instituído o voto feminino. As mulheres conquistavam, depois de muitos anos de reivindicações e discussões, o direito de votar e serem eleitas para cargos no executivo e legislativo.
Sabemos de nossa capacidade, de nossas lutas e de nossas conquistas suadas. Mas isso nem sempre é valorizado e socialmente aceito com naturalidade. Ainda hoje, em pleno Século XXI, mulheres do mundo inteiro ainda enfrentam situações humilhantes como se precisassem provar algo para merecer o mesmo respeito que os homens. As estatísticas não mentem. Assédios, estupros e feminicídios não são casos isolados no Brasil e nem no resto do mundo, são em números assustadores. Baixos salários em relação aos homens também. Enquanto houver essa desigualdade, o feminismo que habita em todas nós, mulheres concientes desta lamentável realidade, não dará trégua.
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