Um conto fantástico de Aidil Araujo Lima
Oswaldo Guayasamín Quando se perde o caminho por Aidil Araujo Aquela mulher atravessou o tempo escorando o corpo nas paredes da casa, sem outro que a desdobre nessa prova do viver continua. Sem conseguir ouvir o vento, vai medindo os dias na privacidade da sombra, alheia ao cortejo da cidade. Só mesmo uma necessidade de importância como essa, a apresentação do filho no teatro da cidade, a fez sair do lugar de conforto. Arrumou o corpo, saiu em descompasso, equilibrando o prumo sobre as pedras do calçamento destratado. Teatro lotado, o orgulho do filho a fez esquecer um pouco do abandono costumeiro. Olhava, sem mexer os olhos, seu filho chegando ao palco, o coração suspirava, quedando em silêncio ao som da música. Coração de mãe ouve mais além, tem pressentimento. Escutou um rangido, não era de instrumento, era de parede, desse assunto ela entendia. O pilar no meio do teatro que dava sustentação ao prédio estalou surdamente, todos distraídos na plateia, só ela antessentiu