DOIS CONTOS DE ANA MARIA LEÔNIDAS MOURA
fotografia do arquivo pessoal da autora Dois contos de ANA MARIA LEÔNIDAS MOURA IMPULSO As mãos desgastadas de sabão e água cheia. Ela lembra que o cheiro de sabão é tão característico como Maria havia dito. Mas, diferente do líquido desejoso e límpido da pia, da qual os dedos se aterram. Que gelado! Há um frescor ao gesticular entre ele, a movimentação e o choque causado pela força das águas. Ela é filha do povo das águas, escuta seu clamor, vem de tambores e cantigas nunca ouvidas. Limite, há um limite, é pouco. É muito pouco... O corpo seco, agitado, clama pela corrente que abraçava as suas mãos. É possível essa sensação de nudez? Os dedos esguios estão eriçados até o cotovelo, aguardando pelo beijo molhado. Não havia como ser devidamente beijada com essa profundidade, ela não a tem por inteiro... desdobra-se até endurecer à procura de algo... veja! Eternidade naquilo que é desconhecido e vantajoso pela natureza. No entanto, o buraco da pia apontava para o alcançável. Não co