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Minha Lavra do teu Livro 17 | "MAR FECHADO MAR ABERTO", de ANGELA ZANIRATO e IVY MENON, por Nic Cardeal

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Minha Lavra do teu Livro 17 - resenhas afetivas - "MAR FECHADO  MAR ABERTO" O AMOR À DERIVA  NO VÁCUO DA PALAVRA "Quem és tu que me lês? És o meu segredo  ou sou eu o teu segredo?"  (Clarice Lispector, in: "Um sopro de vida") MAR FECHADO MAR ABERTO  (Rizoma Projetos Editoriais,  2023) é um romance   escrito por  ANGELA   ZANIRATO  e  IVY MENON , que se constrói  através da troca de cartas entre as personagens do livro, Sofia e Helena - duas amigas  mergulhadas na saudade e dor da separação, depois da violência sexual sofrida por uma na infância, e que se repete na vida adulta daquela que fora testemunha ocular do estupro da primeira - acontecimentos que deixaram em ambas cicatrizes emocionais profundas. O livro começa com uma carta escrita por Helena a Sofia e, creio que, não por acaso, o primeiro capítulo leva o nome de "Tsunami" (no turbilhão emocional diante da separação das duas):  "Sofia, Hoje faz exatamente cem dias que você se foi. A

Preciosidades Antológicas 04 - três autoras

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|  coluna 04  | Preciosidades Antológicas - três autoras Ana Cecília Romeu, Ana dos Santos e Angela Zanirato por Chris Herrmann Na coluna de hoje, destacamos o poema das três autoras acima, da  I Antologia Digital de Poesia Porque Somos Mulheres , lançada em Maio/2020 pelo selo Ser MulherArte Editorial . Foram 149 poetas selecionadas e/ou convidadas das 208 inscritas, que nos orgulharam muito pela qualidade e diversidade das obras. Desejamos a vocês boas leituras! clique na imagem para ler o e-book gratuito selo Revista Ser MulherArte, 2020

A poesia plena de Angela Zanirato - cinco poemas

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Gabriel Moreno Iniciática     atravessei meu mar morto pra renascer ancoradouro de mim meus barcos naufragados submergiram à fúria de minhas ondas internas cicatrizei ferida do casco fechei vãos preenchi vazios -já entendo de tormentas e tsunamis sou anfíbia na noite plena de peixes. Gabriel Moreno Ziza grávida de seis meses ouviu comentários: vão prender o grupo dos onze! aqueles, que comiam rosas vermelhas o marido, ferroviário, fazia parte do grupo correu ao quarto esconder o livro de Marx subiu na escada o velho guarda roupa despencou sobre seu corpo o sangue escorreu pelas pernas lavou o chão a ditadura invadia também os úteros foi assim que a criança não nasceu um filho de comunista a menos disseram as famílias de bem da cidade. Gabriel Moreno Das vaidades   não é qualquer tábua que me salva não me prego em qualquer cruz choro a seco tudo que costura

Cinco poemas de Ângela Zanirato

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imagem: pinterest A Poesia visceral de Ângela Zanirato nomearei a flor de homem do meu tempo a flor que abraça e tritura a flor da morte corrompida entre telas e grades a flor estúpida circunscrita aos jardins ousou prédios cercas elétricas lapelas a flor humana desumanizada neste país múltiplo homens e flores secam silenciosamente .. Tenho alguns comprimidos uma faca e depressão crônica Para não morrer escondo tudo de mim E rio Para não morrer evito aguas fundas janelas do quinto andar Cordas cintos e soda cáustica Para não morrer não leio Sylvia Plath,Ana Cristina César Anne Sexton ou Florbela Espanca Não carrego pedras no bolso quando observo o mar Não acendo forno Não carrego estiletes Para não morrer ouço rock alemão Tento desenhar a sobrancelha de Nina Hagen Teço poemas de manhã e desfaço à noite Para não morrer crio elos e conexões com olhos alheios Para não morrer tenho com-paixão de mim