Como me tornei uma mulher | Marilia Kubota
Mosaico - Crônicas - 09 Como me tornei uma mulher Por Marilia Kubota A primeira vez em que ouvi a palavra sororidade foi em 2006 , num evento literário que organizei em Curitiba. Foi o contato inaugural com o feminismo. Até então, não relacionava os vários traumas envolvendo feminilidade e sexualidade sofridos desde a infância com o fato de ter nascido mulher. Mulher que gosta de pensar: o tipo mais odiado pela sociedade conservadora. Desde esta época aprendi muito, particularmente nos últimos três anos, quando aderi ao movimento Mulherio das Letras. A interlocução com escritoras independentes, veteranas ou iniciantes, me fez entender o que é sororidade. Mulheres pensadoras e artistas são, por si, um fenômeno. Temos que vencer muitas batalhas para provar que "escrevemos tão bem quanto um homem." A primeira batalha é poder nos enxergar como irmãs, não inimigas. Não foram poucas as vezes em que fui ofendida por organizar eventos com mulheres. Ofensas de todos