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A poesia caleidoscópica e caudalosa de Cristina Siqueira

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imagem: arquivo pessoal da autora Cinco poemas de Cristina Siqueira Tempo de faltas e excessos  Rumo incerto  Soçobrei  Só sobrei  ** Máximo e mínimo  Houve um tempo  de fragmentos  da arte  devoção dos monges fragmento de mísseis  escombros  a clamar seus donos  vírus da asfixia  um nada nas sombras  Sobras de humanidade  Houve um tempo   de águas pacientes a germinar sementes do Amor  e de dramas tenebrosos  trazendo o desejo  de provar o alívio da Paz ** Sem perdão  Rasgou o verbo  O verso  O papel ao meio Rasgou o mar  A bandeira  Rasgou o vestido  a camisa dele  Rasgou a pele  em ira desfeita  Mas quando  rasgou dinheiro Sentiu o peso  do desaforo  viu o coração no bolso Partido em miúdos  e o sangue nos olhos  dele  desaguando inteiro  Crucifixou-se ** Na época em que  as mulheres bordavam Ponto a ponto suas vidas  Suas cabeças criavam  pássaros Que fixos no bas