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Cinco poemas de Fany Aktinol - Cinco telas de Luciane Valença

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NA PRIMAVERA Na primavera  sou a flor que nasce, floresce e  preenche com sol - com seus raios  rasos e amarelos - cada fragmento da existência, tornando este o sentido da vida. Num ponto distante, indevassável, me planto, finco raízes para sorver  o alimento da alma, ouvir a música, o vento, a terra que crepita durante gerações e subsistir indefinidamente, me recriar perpetuamente como herança  de uma química milenar. IMINÊNCIA Vivi a beleza na altura, No imponente cume Transcendi a vida na planície. A água da fonte que desaparecia Aplacou um dos pontos cardeais  Da minha sede ancestral. O arbusto que floresceu Sobre a rocha escarpada Deu-me a sombra reconfortante. O céu baixo, O fulgor do astro rei  Que se despedia  Me envolveu no manto  da religiosidade E me trouxe a elegia  Que fez eterno  O instante fugaz. O reflexo no espelho Trouxe aquela fonte de águas cristalinas Qu