Cinco poemas de Irene Severina Rezende | "Sereias cantam na noite"
Regina Pena Cinco poemas de Irene Severina Rezende "Sereias cantam na noite" MUITO PRAZER Demorei a chegar porque viajei outros mundos: Fui ver a vitória régia, nos prados da Iara; Heroína tupinambá, naveguei o chão do Araguaia, sem bússola; No coração reprimido de minha pobre Jurema, ensaiei uma esperança; Sereei, pela primeira vez, no manso do olhar de Jacira; Mas a vida tem mil pátrias e algumas trazem a morte no cós Sereias cantam na noite e inimigos rosnam de tocaia quando é lua cheia; Minha Jurema, eu gostava tanto do seu olhar no rio mas vim servir à poesia na imensidão do Mato Grosso. DECOTE DE CORAGEM Quem teceria uma corda de canto pra dependurar em meu peito a bordar-me um decote de coragem? Quem me ensinaria a ser boa e a rejuvenescer em tempo de cana? Quem veria que nos toques de um silêncio, minhas saudades bailam como uma valsa de Siriri?