Uma crônica de Ivy Menon
Eu amo tempestades... Nasci de um homem bom e forte. Faltava-lhe juízo, todos diziam. O que não o impedia de ser excelente para nós, os filhos. Seu colo sempre foi sinônimo de aconchego e segurança. Porém não controlava a ira, por ser rápido em entornar o caldo e litros de cachaça. Todos tínhamos medo dele, quando bebia. A mãe, pequenininha, tremia diante daquela voz de trovoada. Era tempestade à vista, se chegasse da roça depois da hora. Sempre por conta de alguma briga que tivera, por qualquer contrariedade, num boteco de beira de estrada. Eu me encolhia. Meus irmãos gritavam apavorados. Incoerente, meu pai amava Deus sobre todas as coisas e o próximo como a si mesmo. Estranho? Pois ele era Congregado Mariano. Começou como “coroinha” a ajudar os padres. E tinha o maravilhoso hábito de nos abençoar todos os dias. Não há como me esquecer dele sentado, em posição de ioga, na cama, a rezar antes de dormir e de se levantar para o trabalho pesado da lavoura. Especialmente