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200 palavras/2 minicontos - por Lota Moncada

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Cris Acqua Minicontos com cem palavras contadas Acompanhantes (Lota Moncada)     São fugidios, talvez tímidos, durante o dia não se deixam ver. Ficam se camuflando entre as muitas fotos ou as roupas penduradas no armário, mas sempre estão aí. Esperando uma oportunidade. Às vezes, um farfalhar, quase um suspiro, me faz virar depressa tentando surpreendê-los. Somente uma frustração. Remexo, ansiosa, nos muitos papéis espalhados, nas cartas amareladas, falo baixinho, provocando, fingindo paixão... Então, eles pulam, deixam meu cabelo em pé, reviram meu mundo e tomam conta do insuportável vazio. Hoje, estou decidida a deixá-los me assaltar e enfrentá-los. Mesmo que amanhã não tenha mais monstros, medos, fantasmas, passado...   E nenhuma companhia. ****  A melindrosa ( Lota Moncada) Todos a achavam fraquinha. Apenas se podia arrastar o carrinho do supermercado, sempre com olheiras e mal alimentada. Falava pouco também. No bairro era conheci

Cinco poemas da Escritora e Atriz Lota Moncada

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Todo dia cai todo dia cai  um porta-retratos vento não gosta  de passado deixa deitado me dizem assim o vidro  não quebra mas quero ver  de relance  a sombra da vida  que era ** Ouso me olhar Hoje, a paz veio me abraçar. E uma aragem me despenteia e arranca do meu miúdo silêncio. Aprendi a ameigar, abrandar até quase desaparecer. Mas, cresço, corro, voo, chego, e fico. Visto a roupa da coragem, porque é preciso. Só sendo aluado, um tanto doido, desatinado, para se olhar de frente, e se ver, para achar onde pousar a vertigem, a adrenalina desbordada, tanta vida maltrapilha, tanta ferida sangrada. Noiva do vento descubro-me ar, que me expira e te inspira, que filtra a existência e te penetra, me respira, me pulsa e te prenuncia, no precioso ato de sorver a vida. Sou a musa de um olhar, a espada do encanto, a atriz da fábula sem fala, a bruxa do conto. Sou a que teme, mas chega. A alm