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A poesia visceral de Maria Marta Nardi - seis poemas

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Vermelho I Pincelei seus olhos Pelo meu corpo Decalque na pele Pontas da mesma estrela Na extensão da madrugada II Dentro de mim Vermelho de algas Alguma sede Invertebrada Água - Viva Água – Linfa Sais Seios Línguas Até o osso I Suturas em linhas Que se esgarçam Ou apenas Sínteses E antíteses Da existência II Tensão estirada Sobre cactos Centenas De espinhos Contra o corpo Abrem a vida Até o osso III Galho ereto Corte de folha afiada Perfume Que escapa Arpejo De violetas Terminais IV Bigornam Os ouvidos Vão – se Os pássaros De chumbo Na pele da manhã A noite exala seu hálito de lírios Deitada sobre o linho Todos os sentidos me despem Lateja em flashes O nervo exposto Palimpsesto de esperas Um furor negro me atravessa Todas as vísceras me movem A noite é um grito de êxtase E distâncias Iridescência de todas as febres Dissolvidas na pele