Postagens

Mostrando postagens com o rótulo Marta Helena Cocco

MulherArte Resenhas 15 | Entrega-se poesia em Domicílio - Por Marli Walker

Imagem
  Entrega-se poesia em Domicílio  - Por Marli Walker            Marta Helena Cocco nos entrega poesia em Domicílio num período em que a pandemia da Covid 19 começa a perder força diante da vacina. Embora os poemas tenham sido escritos em 2017, alguns poucos receberam os últimos retoques em meio a reclusão forçada que vivenciamos. É interessante pensar no surgimento da proposta temática há dois ou três anos, pois quando li o arquivo em primeira mão, já estávamos todos trancafiados em casa, obrigados a conviver com espaços até então pouco reparados, sentidos ou até mesmo evitados. No entanto, ficamos sem saída, acuados em domicílio, literalmente. Esse fato interferiu na leitura e fez pensar na proporção com que Bachelard se dedicou em suas observações sobre a simbologia do espaço, essa poética tão íntima de cada ser. Por óbvio que o Domicílio de Marta é metáfora da ambiência psíquica, dos nossos recantos, quartos, salas e cômodos da bagunça. Entramos, pois, com o cuidado que a visita e é

MulherArte Resenhas 14 | O "Domicílio" de Marta Cocco: A arte de habitar a poesia contemporânea - Por Eduardo Mahon

Imagem
  O Domicílio de Marta Cocco:  A arte de habitar a poesia contemporânea   - Por Eduardo Mahon A beleza de ler um livro ainda não publicado é que, depois que encarna no papel parece ser algo completamente diferente. Exilado no Manso, há mais de 1 ano, li o copião do atual Domicílio (Gesto, 2021). Senti um gosto meio amargo de balanço, fim de festa, noves fora, trocando em miúdos. Talvez fosse a pandemia, o sol escaldante, o cenário do cerrado bruto. Li várias vezes como se, na poesia de Marta, houvesse alguma salvação. Nunca há. Quem sabe, dê-se justamente o contrário. Agora, devidamente vestido de capa e contracapa, o livro confirma a minha sensação inicial. A maturidade cobra uma espécie de retrospecto, antologia ou exposição do que se aprendeu até aqui. Não poderia mesmo ser um livro esperançoso em meio ao nosso contemporâneo desesperançado.  Domicílio abre-se em cômodos, cada qual dedicado a um estilo e/ou tema, prato cheio para os estruturalistas que babarão de gula com a “antig

Divina Leitura | Temporada de infantojuvenis em Mato Grosso

Imagem
  Coluna 17 Temporada de infantojuvenis em Mato Grosso Nos meses pandêmicos, entre 2020 e 2021, a literatura produzida em Mato Grosso, em franca efervescência, viu também um florescimento de infantojuvenis. Neste post, apresentamos oito dessas obras. 1) Elvis e Lola: um mundo coelhado - Texto e ilustrações de Neide Silva (Editora TantaTinta). Sinopse: Elvis e Lola são um coelho e uma coelha muito diferentes um do outro, mas, mesmo assim, constroem uma linda história. Conhecer novos gostos, hábitos e situações pode ser muito interessante. Temas: diferenças culturais, aprendizado, respeito e tolerância pelo diferente. Link para a compra:  https://www.tantatinta.com.br/livro/elvis-e-lola 2) TROA - Texto de Alicce Oliveira e ilustrações de João Paulo de Oliveira Carmo (Umanos Editora). Sinopse: Onde está sua força interior? Troa te convida para uma jornada entre céus, terras, mares e montanhas. Com coragem e sabedoria, a jovem Troa descobre que o maior bem habita dentro de si. E que é n

Uma resenha de Marta Cocco | "Uma Diva na passarela estreita do Jabuti"

Imagem
  Jerzy Górecki. Fonte: pixabay.com Uma resenha de Marta Cocco Uma Diva na passarela estreita do Jabuti Pela primeira vez na história da literatura produzida em Mato Grosso temos uma finalista em uma categoria literária do prêmio Jabuti. Esse prêmio é considerado o Oscar do livro brasileiro. Michele Sato, em 2006 também chegou à final, mas na categoria acadêmico-científica, e Joca Terron, em 2012. Mas Joca Terron, embora nascido em Mato Grosso, não publica por aqui e chegou por uma grande editora, a Cia das Letras. Divanize se inscreveu no prêmio com o livro de contos Passagem Estreita , editado pela Carlini & Caniato sediada em Cuiabá. Se Divanize ficará com o primeiro lugar, é o de menos. O de mais foi ter conseguido essa distinção, num prêmio que tradicionalmente destacou autores e autoras famosos/as, de grandes editoras, de grandes centros. (Embora essa noção de centro já seja questionada há tempos e, geograficamente falando, Cuiabá esteja no centro geodésico da América Latin

Divina Leitura | Vitória por nocaute em "Não presta pra nada" de Marta Cocco

Imagem
  Coluna 04 Vitória por nocaute em Não presta pra nada de Marta Cocco - por Divanize Carbonieri   Não presta pra nada (2016) de Marta Helena Cocco é um livro delicioso. Em tramas bem elaboradas com os fios de diferentes falares, a autora criou tipos humanos peculiares, pessoas muito parecidas com aquelas que conhecemos na realidade. São treze contos, todos com protagonistas mulheres (a exceção é “O regresso”, em que o marido parece ter tanta relevância para o enredo quanto a mulher, talvez até um pouco mais). Ainda que as histórias se refiram, em sua maioria, a situações tristes ou melancólicas, muitas delas são permeadas de humor. Trata-se de um humor reflexivo e dolorido, uma conscientização irônica das dores do mundo. Em relação à temática, é possível perceber três eixos principais: as relações familiares, a assimetria no relacionamento entre homens e mulheres (resultando muitas vezes em violência) e a destituição social. As relações familiares retratadas são norteadas por um cert