Cinco poemas de Ângela Zanirato
imagem: pinterest A Poesia visceral de Ângela Zanirato nomearei a flor de homem do meu tempo a flor que abraça e tritura a flor da morte corrompida entre telas e grades a flor estúpida circunscrita aos jardins ousou prédios cercas elétricas lapelas a flor humana desumanizada neste país múltiplo homens e flores secam silenciosamente .. Tenho alguns comprimidos uma faca e depressão crônica Para não morrer escondo tudo de mim E rio Para não morrer evito aguas fundas janelas do quinto andar Cordas cintos e soda cáustica Para não morrer não leio Sylvia Plath,Ana Cristina César Anne Sexton ou Florbela Espanca Não carrego pedras no bolso quando observo o mar Não acendo forno Não carrego estiletes Para não morrer ouço rock alemão Tento desenhar a sobrancelha de Nina Hagen Teço poemas de manhã e desfaço à noite Para não morrer crio elos e conexões com olhos alheios Para não morrer tenho com-paixão de mim