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Para não dizer que não falei dos cravos | Quatro poemas de Renato Suttana

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Coluna 22 Quatro poemas de Renato Suttana JOGO   Espetáculo vazio: minha mão sustinha a rosa, e a tua buscava o fio.   Espetáculo circense: na corda eu me equilibrava, e ignoravas o suspense.   Eu fazia uma pirueta no centro do picadeiro; e ias ao mundo, discreta.   Espetáculo deserto: eu dizia uma palavra, mas teu ouvido era incerto.   (Eu formava um pensamento de asa e cor na tarde morna; e tu fugias no vento.)   Espetáculo vazio: meu sentir batia à porta, e o teu ignorava o frio.     ABRO A MINHA PORTA   Abro a minha porta. Abro-a para ti, para que tu possas entrar.   Abro a minha porta para que entres na casa e para que possas morar nela comigo —   na minha casa situada próximo ao círculo dos gelos, quase alcançando o Polo Norte,   entre os esquimós: a minha casa com as portas abertas e as janelas.   Abro a minha porta para que possas amanhecer dentro dela, como a melhor palavra dentro da voz,   como o melhor sol dentro da mais clara manhã, ajudando-a a amanhecer quando chega o inv