De Prosa & Arte | Se o amor acaba antes do fim, lavou tá novo?
Coluna 34 congerdesign por Pixabay Se o amor acaba antes do fim, lavou tá novo? Era só um dia comum, como tantos outros, as roupas na máquina, o cheiro do amaciante. Um dia como outros, sem muita perspectiva. Vinha sendo assim há tempos. Desde que desencontrei o amor-par. Agora era só autoamor, ânsia de reinício, sem vício. Era só mais um dia comum, como tantos outros. Nos pratos, o resto do jantar de ontem, as taças por lavar, o dia amanhecendo pela janela descortinada da varanda . Era eu recolhendo as roupas que se espalharam pelo chão da sala na noite anterior. Era você no banho, tecendo seus hábitos matutinos sem se apegar muito à minha presença. Era a porta se fechando atrás de nós, o barulho do motor do carro, a volta para casa, meu choro interno e confesso: mais uma frustração dos meus devaneios. Era mais um dia comum, como tantos outros. Era sua chegada, sua presença. Éramos nós, nos perdoando corpo a corpo sobre os lençóis e depois de satisfeitos, travando mais uma batalha e