Rituais de morte | Marilia Kubota
MOSAICO Coluna 22 – Crônica RITUAIS DE MORTE por Marília Kubota Este ano fui ao cemitério no dia 31 de outubro, para evitar aglomeração. Fui levar flores, acender velas e incenso no túmulo da família. Ali estão sepultados duas avós – mãe de meu pai e madrasta, meu avô e minha mãe. Este é o ritual que costumava fazer. Visitar túmulos de antepassados é compromisso obrigatório, quando se vai visitar parentes. Todos os anos eu levava a mãe para visitar o túmulo da mãe dela, no cemitério do Morumbi, em São Paulo. A visita consistia em limpar e lavar o túmulo, renovar as flores, acender velas e fazer uma oração. No Dia de Finados, até há pouco tempo, era comum encontrar pratos de comida diante de lápides de famílias asiáticas de origem japonesa. A oferenda de refeições aos mortos em cemitérios é uma tradição ancestral. E scrituras Budistas contam que, um dia, o monge Mokuren viu a mãe morta sofrendo de fome nas profundezas do inferno. A oferenda de uma tigela de arroz a ajudou a alivi