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Mostrando postagens com o rótulo poesia brasileira

UniVerso de Mulheres 12 - A voz da selva na poesia de Sandrinha Barbosa, por Valeska Brinkmann

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UniVerso de Mulheres 12                                                                                                                             Foto  © Luciana Frazão   A voz da selva na poesia de Sandrinha Barbosa, por Valeska Brinkmann Eu selvagem   selvagem como as pedras não polidas e intocadas selvagem como o fogo o sol do meio-dia e as grandes tempestades selvagem como os terremotos maremotos secas e enchentes selvagem como a pororoca amazônica que em sua passagem arrasta o tudo e o todo selvagem como a febre alta como a ferrada de arraia e o choque do puraquê selvagem como a noite sem fim sem luz e sem som repleta de pesadelos selvagem assim eu sou assim estou seria uma certeza ou auto-defesa? não sei explicar mas por alguns instantes ao deixar a selva encontro vocês: amigos fiéis que tanto falam, brincam e sorriem em seus olhos quanta esperança firmeza e carinho traduzidos a mim selvagem em jeito de luta persistência e não desistência o oxigênio a segurança a brisa morna qu

UniVerso de Mulheres 11 - A Poesia intrínseca e cativante de Rosi Waikhon , por Valeska Brinkmann

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UniVerso de Mulheres 11 A poesia intrínseca e cativante de Rosi Waikhon Foto  ©  Rosi Waikhon     Arapaço S eguindo conhecimentos milenares do meu povo, meu pertencimento étnico é pratrilinear Pirá-tapuia /Waikhana. Portanto, assim me apresento indiscutivelmente.   Ao longo da vida obtive conhecimentos de avôs e avós,   de partri e matri. Conhecimentos que me fizeram ser poeta e artista, apresentando versos e poesia. Conhecimentos que me fizeram ser cientista e pesquisadora, frequentando universidades  almejadas por todos que queiram trilhar o ramo científico. Responsabilidade a qual prezo muito.   Mas, quando sobrevoo a literatura e escuto a fala de meu finado avô José, Arapaço, Sinto-me como esse pássaro pica-pau (referência do povo de meu avô) Incrivelmente pousada no poste em meio aos fios de tensão, tentando alçar voo   Há tanta dor por tantas perdas nessa dura realidade de covid 19. Horas escrevo, choro, escrevo, choro… e assim vou seguindo Aprendi

Possibilidades de uma poeta impossível | Marilia Kubota

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Mosaico - Resenha - 06 Possibilidades de uma poeta impossível Por Marilia Kubota "Possibilidades" (2006), o último livro escrito pela poeta gaúcha Angela Melim, trabalha com o possível da linguagem diante do impossível da vida. Sua poesia são "pinceladas faiscantes de objetos nervosos", como define Leonardo Fróes no prefácio. Cacos, retalhos, grafismos, ranhuras, incisões: elementos que remetem à fragmentação do discurso racional. A lógica desta poesia é o fragmento, o rompante emotivo, a imagem lacerada. São possibilidades de comunicação num universo em que a ordem é o caos . A poesia lida com as possibilidades da linguagem. Há mais invenção na restrição de recursos do que no desregramento. Isto porque a linguagem é, antes de tudo, um sistema, que para ser  compreendido por todos os falantes e escritores, cria regências. Na história da poesia, regras foram criadas para levar a efeito o que se considerava boa    —  ou bela    —   poesia. As vanguardas p

Resenha do livro de Márcia Maia, ONDE A MINHA ROLLEIFLEX?

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A FOTOGRAFIA DA POESIA por Nic Cardeal    ONDE A MINHA ROLLEIFLEX? (Recife: Fundação de Cultura Cidade do Recife, 2012) é um livro escrito por MÁRCIA MAIA , ganhador do 'Prêmio Eugênio Coimbra Junior - Poesia' (Recife, 2008), que reúne poemas que parecem fotografar, além da realidade, a própria imaginação da autora. De um texto suave, delicado, amoroso, mas também forte - também político - como bem diz Amador Ribeiro Neto, ao prefaciar a obra: "(...) Não é preciso um tratado de fotografia ou de astronomia lunar para alumbrar-se com a poesia concisa, miúda, delicada de Márcia Maia. Mas, ao mesmo tempo, poesia forte como um touro madrileno. O que a mão esquerda lhe ensinou, o poeta aprendeu com Miró. A mão direita já nascera picassiana (...)" (MAIA, 2012, p. 6). Enquanto os olhos viajam pelas páginas, a mente inclusive é capaz de 'fotografar' os poemas de Márcia, tamanho o mergulho nas ondas dessa 'rolleiflex' imaginária! Imaginação que

Antologia Ruínas, a poesia literalmente construtiva! - Chris Herrmann

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Antologia Ruínas - Ed. Patuá, 2020 Antologia Ruínas A poesia literalmente construtiva! por Chris Herrmann Hoje, 21 de Março, é o Dia Mundial da Poesia . Isso me fez lembrar da Antologia Ruínas e o quanto a poesia pode significar, mesmo quando parece para nada servir. Quando li a primeira vez sobre a ideia desta antologia em uma postagem do amigo editor Eduardo Lacerda, minha primeira reação foi a de querer participar. Porque não se trata apenas de uma coletânea de poemas como muitas outras existentes. Trata-se de um “mutirão de poetas“ para contribuir por uma bela causa: um apoio financeiro para a reforma da Livraria e Bar Patuscad a - palco de muitos eventos literários, lançamentos e encontro de amigos. Eu mesma lancei em 2018 o meu romance pela Patuá Borboleta - a menina que lia poesia no Patuscada. Foi a primeira vez que estive lá e fiquei encantada com o ambiente aconchegante e o carinho dos amigos, principalmente dos anfitriões, o editor Eduardo Lacerda e sua maravi

Quatro poemas da "Feiticeira das Palavras"- Anna Apolinário

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Dennise Luengo Dédalo Absinto agridoce promíscuo, Veneno derramado no coração da Noite Teu amor é uma rosa partida Pétala desfalecida do meu verso mais solferino. Os meus olhos estão cheios de gana por ti, meu desejo embevecido, a doçura bruta da lascívia, rompendo silêncios de sinfonia do universo caleidoscópio lírico, circo metafísico. Que toda embriaguez seja enaltecida condecorada no deleite da poesia Faz-te meu amante, poeta, louco, libertino Enquanto eu desfaço sonhos, como quem fabrica estrelas na vertigem da boemia. Bendita serpente do Éden esquecido solfejou um ardente soneto Espalhando a semente no outono da tua noite entediada Lisergia de versos paixões & enigmas. Deixa-me suspirar um gozo, entorpecida como uma flor de cor escarlate perdida No jardim da tua carne perfumada orvalhada pelo meu feitiço pervertido & pagão. Permita que minha língua confabule em teus pulmões frívolos, Põe-te a gosto, degusta,

A poesia espetacular de Micheliny Verunschk

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Arte de Luciane Valença Seis Poemas de Micheliny Verunschk   OLHE PARA MIM Fang  Yin olhe para mim a lua é uma flor que explode  
 em pétala 
 e um jasm im  
 gravita 
 em torno  
 de um diminuto 
 planeta Terra  
 olhe para mim 
 toda luz 
 reside à flor da alma 
 na paciência 
 que tece 
 n um campo inteiro 
 um único botão de malva 
 olhe para mim 
 há um jardim 
 para além da tua casa. Yosefa olhe para mim 
 há um jardim 
 para além dos territórios do esquecimento uma promessa 
 pousada 
 sem fim nem tempo olhe para mim 
 entre nós  
 uma única palavra 
 e olhos que se espelham 
 numa gota d'água 
 dois corações 
 abertos 
 como um par de asas 
 olhe para mim 
 há um jardim 
 para além da tua casa. ꧁☬꧂ você já observou uma mulher que escreve durante o ato da escrita? já viu como emana dela luz e poder que não são de outra estrela senão dela mesma e do que conseguiu an