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DUAS CRÔNICAS E CINCO POEMAS DE VIOLANTE SARAMAGO MATOS | dos livros "DE MEMÓRIAS NOS FAZEMOS " e "CONVERSAS DE FIM DE RUA"

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fotografia do arquivo pessoal da autora  A PROSA E A POESIA DE  VIOLANTE SARAMAGO MATOS DUAS CRÔNICAS  DO LIVRO "DE MEMÓRIAS NOS FAZEMOS " capa do livro De memórias nos fazemos   LIVROS Sempre houve em nossa casa um escritório, um lugar que era mais ou menos sagrado. Pelo menos para mim que, pequena, me impressionava com aquelas estantes cheias de livros e uma secretária com papéis, onde não estava autorizada a mexer. E pelo chão. Sempre que o meu pai se sentava à secretária, rapidamente o chão em volta se enchia de grandes livros. Uns anos mais tarde, percebi que eram dicionários, enciclopédias, livros de consulta. E havia o silêncio. Pai a trabalhar, a ler, a escrever, à mão ou na máquina, significava silêncio na casa. Se preciso fosse, ou se o trabalho da mãe produzia barulho - as chapas de cobre ou zinco de onde haveriam de sair belíssimas gravuras não se podem fazer em silêncio - fechavam-se então as portas. Aprendi que o trabalho dos outros não deve ser incomodado. Que

NAS MARGENS DO SILÊNCIO | UM CONTO DE MARIA FRATERNA

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  fotografia do arquivo pessoal da autora   UM CONTO DE  MARIA FRATERNA "NAS MARGENS  DO  SILÊNCIO" Há que continuar, não faltará muito para chegar ao refúgio de Blandina, escondida da desumanização que fustiga o mundo. Aconchegada numa gruta, da branda da serra mais alta, ela apanha bocados de sol dourados e de céu de anil, para ao sono sonhar. Nestas margens do silêncio ela procura proteção contra a procissão dos fazedores de tudo e de nada, nos corredores esguios, sem rigor ou conhecimento.  Agora o seu impacto é, junto deste nevão que, lentamente, fustiga sem dor ou piedade, a pressão e os traumas de uma parcela plana de pasto para o gado. Talvez eu mereça um lugar debaixo deste nevão que não pára de cair, e até consiga limpar algumas vísceras da podridão humana que me devoram. Raul procurava-a para lá se refugiar! Era este o seu pensamento, à semelhança do corvo que procura o brilho na Terra, ele queria tudo, até o lume das últimas folhas de samambaias cheias de espo

A PROSA E A POESIA DE DANIELLI CAVALCANTI | PROJETO 8M

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fotografia do arquivo pessoal da autora   8M (*) Mulheres não apenas em março.  Mulheres em janeiro, fevereiro, maio. Mulheres a rodo, sem rodeios nem receios. Mulheres quem somos, quem queremos. Mulheres que adoramos. Mulheres de luta, de luto, de foto, de fato. Mulheres reais, fantasias, eróticas, utópicas. Mulheres de verdade, identidade, realidade. 'Dias mulheres virão',  mulheres verão, pra crer, pra valer! (Nic Cardeal) Conheça a palavra, em prosa ou poesia, da escritora brasileira radicada na Dinamarca,  DANIELLI CAVALCANTI:   FLOR DE LINZ (...) Nesta vida de migrante, o retorno nos faz companhia desde a partida: seja pela certeza da volta, pelo medo de que isto aconteça ou até de que não aconteça.  Somos verbo transitivo e de ligação. Uma vez estando aqui, queremos estar lá, outra vez estando lá, queremos aqui estar. No vai e vem de sensações – ora maré alta, ora maré baixa – tocamos o barco. E nesse mar de incertezas, imagino como seria se a razão perguntasse ao coraçã

A PALAVRA, EM PROSA OU POESIA , DE JAQUELINE CONTE | PROJETO 8M

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fotografia do arquivo pessoal da autora   8M (*) Mulheres não apenas em março.  Mulheres em janeiro, fevereiro, maio. Mulheres a rodo, sem rodeios nem receios. Mulheres quem somos, quem queremos. Mulheres que adoramos. Mulheres de luta, de luto, de foto, de fato. Mulheres reais, fantasias, eróticas, utópicas. Mulheres de verdade, identidade, realidade. Dias mulheres virão,  mulheres verão, pra crer, pra valer! (Nic Cardeal) Mergulhe na palavra cativante - para crianças ou adultos, em prosa ou poesia - de JAQUELINE CONTE : PASSARINHO ÀS OITO E POUCO (...) - Faz uns dez dias. Numa manhã como esta, um passarinho azul apareceu do nada aqui em casa.  Ele tentava entrar na sala da frente e dava de cara no vidro da janela. Batia, voltava um pouco, sentava-se na tela de proteção pra pegar fôlego e voltava a se jogar contra a vidraça. Uma, duas, três... dez vezes. Depois desistiu e foi embora. - Tadinho! E o que você fez enquanto ele se batia, mamãe? - Fotografei. - Só isso? - Não. Também fiz u