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MulherArte Resenhas 09 | Aos 86, Eni Fantini lança seu primeiro livro e nos ensina a libertar por meio da arte

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  Aos 86, Eni Fantini lança seu primeiro livro  e nos ensina a libertar por meio da arte - Por Maizé Trindade Há crença eternizada pela música “Paraíba”, do mestre Gonzagão, de que a paraibana é mulher valente e atrevida. Na verdade se nos dermos ao trabalho de pesquisar, encontraremos exemplos de muitas mulheres inovadoras e progressistas por todo o país. Algumas famosas. Outras, heroínas anônimas, como Eni de Oliveira Fantini. Eni nasceu na cidade mineira de Sabará, em 1934, ano que marcou a edição da terceira Constituição brasileira, considerada progressista para a época por assegurar avanços. Entre eles, ensino primário gratuito, voto secreto e institucionalização do voto feminino. Com certeza, Eni nasceu bafejada por tais ares de abertura pois revelou-se, desde logo, pioneira. Após 27 anos dedicados à área de educação, ingressou no Curso Livre de Artes Plásticas da Escola Guignard, em Belo Horizonte. Em 1987, descobriu interesse novo e enveredou-se pelos caminhos das artes marciai

SEIS POEMAS DE ANNA MIRANDA MIRANDA

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(imagem: Facebook) VERSO LIVRE assim escrevo na borda do tempo  linha riscada em giz de sombra pálida  tempo febril indagações metálicas  ponta de aço enferrujado em lomba lomba de páginas lidas em compasso lomba de canto gasto e atual lomba de lombra curto verso inverso lomba de chão arado tenso igual assim escrevo no raiar da tarde tarde molhada líquida desfeita  tarde que logo será noite. E arde. ardência louca transparente avessa engole o verso a transparência e a tarde mais tarde é noite  antes que anoiteça.  -*-*-*-*-*-*-*-*-*-*- (imagem: Facebook) PALÁVIDA Procura o gozo da palavra fértil  Transforma o gosto da palavra amarga Mastiga o fruto da palavra erétil  Transmuta a pele da palavra gasta Desfaz o pranto da palavra inerte Disseca o assombro da palavra muda Revive a glória da palavra límpida  Constrói a ponte da palavra alada Imanta o som da palavra cantada Inventa a voz da palavra falada Engravida o silêncio da palavra escrita Arremessa a flecha da palavra encorpada Pois qu

Preta em Traje Branco | Dueto de Oyá

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  Coluna 17 Dueto de Oyá Mulher preta .   Quero a liberdade de me querer, Me bastar Me valer Quero a liberdade de me amar Me apetecer Me vencer Quero a liberdade de me tocar Sem vergonha Sem enlouquecer Tirar meus próprios espinhos. Quero me amar, Me apaixonar por mim Pq sou mulher  Preta, Preta assim… De verdade. **************************   Sou   Sou de Oya, De ver, De experimentar. Várias paixões estão no meu caminho, Gosto de viver intensamente cada uma delas, mesmo que tenham espinhos. Todos os amores por mais óbvios, em mim despertam o prazer do desconhecido, Mais que viver , eu gosto de sonhar, Porque sou de quem sou e não posso mudar Nas asas da borboleta No clarão do Raio a cair do céu Pelo rio que passa Com o vento a soprar Sou contraditória certeza Sou de ver, Sou de querer Sou de experimentar Por que sou... filha de  Oya. Ana Paula de Oyá,  é Mulher, filha e mãe preta. Tem como principais formaçõe

Coluna 07 | Mulherio das Letras na Lua - CECÍLIA PESTANA (Portugal)

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                                                                       coluna 07 Divulgando autoras Lusófonas, um poema de CECÍLIA PESTANA Místicos cansaços Horas mortas as que não te ouço Não te vejo, não te sinto, Horas infindáveis essas As que não te pressinto. Horas lentas as do bater do relógio Como se fossem de repente parar, Deixando-me pra aqui queda, muda Na ausência de tanto esperar. Horas mortas que me dás com silêncios Inquebráveis e profundos, Como se quisesses matar-me, Surdas as horas, que não te oiço chegar. Horas de místicos cansaços As que não te vejo, não te sinto… De mansinho a noite chega a soluçar, A soluçar devagarinho!... Funchal, 22 de Julho de 1985 Cecília Maria Pereira Pestana nasceu a 4 de Dezembro de 1957, em Torres Novas, distrito de Santarém. Filha de pais madeirenses e pai militar, passou a infância em Torres Novas, Lourenço Marques (Maputo), Águeda, e veio residir para a cidade do Funchal, Ilha da Madeira, aos 9 anos de idade. Amante de leitura de poe

Seis poemas de Isabel Furini | "Existência"

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  Imagem de Schäferle por Pixabay . Cinco poemas de Isabel Furini EXISTÊNCIA   istmo entre a vida e a morte a existência humana é uma ponte                         sobre o vazio - um momento do rio de Heráclito.     Imorredoura   Mora além             do espaço                         e do tempo ela não se limita não se debilita e não admite confinamento   às vezes morre, mas ressuscita pois a ternura é infinita. Imagem de Free-Photos por Pixabay.   No silêncio   Atravessei a Via Láctea com a imaginação enquanto a minha alma dormitava no silêncio do amor.     Viagem poética   Viajei pelo mundo para observar os poemas e a Poesia percebi rumos fixos e travessias vi grandes mentes que poetizavam e pequenas cabeças que riam mas foi nula a minha artimanha pois a Poesia é paixão mora na alma e morde e arranha os conceitos sustentados pela razão. Imagem de Felix Merler por Pixabay.   MENSAGENS   As cartas

De Prosa & Arte | Quando se quer sair, mas é necessário ficar

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Coluna 23 Fonte: pixabay.com foto by RichardMc Quando se quer sair, mas é necessário ficar Abro os olhos, sinto o primeiro respiro lúcido do dia, agradeço às deusas. Todos os dias após acordar penso em sair. Sair dessa inércia em que o país se prostrou diante da catástrofe anunciada do  "eu avisei" de todas as hashtags: #foraesse #foraaquele #nãopassarão.  A real é que eles passaram, ficaram e como cantava Elis: "Eles venceram e o sinal está fechado pra nós que somos jovens" . Esse final eu parafraseava com "o sinal está fechado pra nós que somos pobres, usamos transporte público precário, que temos o direito à saúde, habitação, estudo e comida negados por políticas que só favorecem os donos do capital. Vivemos a necropolítica, o genocídio escancarado engendrado por desumanos governantes.  Quando eu acordo eu quero sair. Sair desse looping de obscurantismo, negacionismo e alienação que assola a mente, adoece o físico e  o emocional. Nesse país, os dias seguem f

Seis poemas de Rizolete Fernandes | "Mulheres tecem o tempo"

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  Imagem de Pexels por Pixabay.   Seis poemas de Rizolete Fernandes "Mulheres tecem o tempo" MULTIFACE a Elizabeth Nasser   Sou a loba que amamenta o mundo   Sou a companheira do operário moribundo   Sou o beija flor do bico fecundo   Sou a pantera que atrai num segundo   Sou a feiticeira em magia me aprofundo   Sou a boêmia do bar vagabundo   Sou a poeta cuja palavra em você cala fundo       NULA HIPÓTESE   Descarte a alternativa você sem mim essa hipótese é nula enfim sua verdade crua sou eu nua assim ou sua verdade nua sou eu crua assim? Imagem de MBatty por Pixabay.   AMEIXA   Regado à lágrima seu beijo me sabe a sal dado à mesa é como se pimenta fosse aos domingos tem sabor de ameixa doce   Do livro Luas Nuas, UNA, Natal-RN, 2006     TECELÃS   Mulheres tecem o tempo no ir e vir, outras não atinam com a matéria que edifica destinos   Algumas carregam mundos no v