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SEIS POEMAS INCRÍVEIS DE CÁTIA CASTILHO SIMON | PROJETO 8M

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  fotografia do arquivo pessoal da autora  8M (*) Mulheres não apenas em março.  Mulheres em janeiro, fevereiro, maio. Mulheres a rodo, sem rodeios nem receios. Mulheres quem somos, quem queremos. Mulheres que adoramos. Mulheres de luta, de luto, de foto, de fato. Mulheres reais, fantasias, eróticas, utópicas. Mulheres de verdade, identidade, realidade. "Dias mulheres virão",  mulheres verão, pra crer, pra valer! (Nic Cardeal) Mergulhe nos poemas incríveis de CÁTIA CASTILHO SIMON , do livro NÃO HÁ OÁSIS NO DESERTO : capa do livro Não há oásis no deserto   AS CINCO MARIAS EM TRÊS ATOS I as cinco marias era uma vez  a primeira ninguém lembrava  a segunda jogada para baixo  a terceira alçara voo a quarta cruzara as pernas e a quinta de novo seria a primeira  II as cinco marias não foram felizes para sempre  primeiro passava uma depois passavam duas para passarem três  tinha que ter muita destreza  mas quatro e cinco  eram agu...

CINCO POEMAS DE ANA MARIA OLIVEIRA

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  fotografia da autora por José Lorvão AUSÊNCIA Borbulham portais de luz e movimento Na casa que foi lar na eternidade das galáxias Sons que sustentam um passado Vibrações que fixam à terra o abraço das árvores Colhendo os figos de mel sem contratempo Agora transponho a sombra e o pó O chão levantado as paredes esburacadas ruidosas Enferrujada e decrépita canalização Obras adiadas e dolorosas Um quintal feito de entulho Como um quadro pintado  Anunciador da morte e destruição Saio e acelero pelas ruas estreitas De um bairro em que habitam fantasmas Outrora feito de brincadeiras e entusiasmos Na subida às oliveiras generosas Crianças dançando sob os ramos admirando sustentações Na gritaria agitada num salpico de ilusões Hoje o tempo é impiedoso na prisão em forma de furna E num ápice entre inspirar e expirar Os órgãos cansados anseiam fechar-se sobre si mesmos Comunicam os espectros na vertigem pelo cosmos Mas assola-me sem controlo uma crise de choro e pesar Enquanto as cinzas...

RESENHA CRÍTICA DO LIVRO "O MAR DE VIDRO", DE GABRIELA LAGES VELOSO | por SÍLVIA MOTA LOPES

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 capa do livro O mar de vidro  O MAR DE VIDRO :   POESIA, OFÍCIO  E  FONTE DE VIDA   por Sílvia Mota Lopes Recebi o livro de poesia O mar de vidro (2023), de Gabriela Lages Veloso. Foi um prazer deliciar-me com os seus versos. É preciso ler demoradamente para melhor interpretar e compreender. Sentir a poesia na sua plenitude. Numa primeira instância, para a usufruir naturalmente, sem muitas preocupações éticas, estéticas, nem formais, e posteriormente, no sentido de lhe dar mais relevo para poder escrever um pouco sobre ele. O livro aborda temas pertinentes como a terra representada pela deusa Gaia , aliás, o livro inicia com um poema com esse título. Gaia é a representação da mulher, da mãe, da terra, do ventre, da geradora e testemunha do tempo. Gaia também simboliza as estações e a vida como uma longa estrada percorrida (e que ainda temos muito a percorrer). No segundo poema, intitulado A origem , a autora sente a preocupação de explicar e just...