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Brinquedos (I): Poemas de Isabel Furini, Chris Herrmann e Gisela Bester

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Brinquedos no porão Isabel Furini No porão, onde dormem os brinquedos antigos (a boneca sem um braço, o carrinho sem rodas, o trem quebrado) a umidade incentiva fungos e lembranças dos interstícios das paredes o passado espreita chovem imagens da época de criança a vertigem do ontem cria redemoinhos cada ser humano tem as suas lembranças a sua trajetória a sua história escrita com fogo nos cantos da memória Imagem gerada pela IA do Bing O bule Chris Herrmann Enquanto segurava a xícara de porcelana pintada à mão, buscava o adoçante no bule de brinquedo da menina. Era possível ouvir o eco das risadas da filha com o pai - aquele que algum dia foi de verdade - e sentir o gosto do chá de mentirinha, ofertado à mamãe e à vovó. Ela repetia aquele ritual todos os dias, para bulir, sem sucesso, o silêncio da casa vazia. ** Fábrica de brinquedos Gisela Maria Bester Demasiado grande Para um corpo ainda infante E ademais, lisa, Fora envol

Brinquedos (II) - Poemas de Isa Regina, Sonia Cardoso e Lira Agibert

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  Poema Encantado Isa Regina No palco da vida, um poema encantado Onde um brinquedo é um tesouro adorado Desperta a imaginação, convida à diversão É um convite a voltar à infância, sem restrição Brinquedo, sinônimo de riso e de brilho É o passaporte para um mundo tranquilo Com suas cores e formas, cativa a atenção E transforma em qualquer espaço em animação Seja um carrinho veloz ou boneca delicada Brinquedo é a chave para uma jornada encantada No faz de conta, somos heróis destemidos Construindo castelos e reinos coloridos Um brinquedo, além de diversão Ensina-nos lições de amor e união Nos lembra que a vida é um eterno brincar E devemos sempre a criança interior preservar Imagem gerada pela IA do Bing Brinquedos  Sonia Maria Cardoso Encanta e espanta O mundo  Do faz de conta  Fadas, princesas e  Carros, bolas, princepes  Morcegos e abóboras  Sem contar os joguinhos  E quebra cabeças, alerta  Para as babás eletrônicas Na idade do idílico  Facilitemos as amarelinhas  Céu azul e parques

Brinquedos (III) Poemas Isabel Furini, Francine Cruz e Jucélia Betinardi

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Imagens e lembranças O olho de um leão de pelúcia o sapatinho de uma boneca antiga as asas de um aviãozinho de madeira os trilhos de um trem quebrado imagens que me atingem como um tornado atinge uma cidade dormida possuo um ego maníaco que  ancora imagens, emoções e lembranças  nos cantos do músculo cardíaco Isabel Furini Imagem gerada pela IA do Bing Infância Se o sol nasce lá fora Mamãe não seja má Dá logo a bola Quero brincá Pular corda, extravasar Esconder, saltar, correr Deixe, por favor, eu me sujar Sem medo que vá brigar Quero ser feliz hoje Minha felicidade é brincar O tempo entre os dedos escorre Não há nada que faça voltar Minha mamãe querida Infância só se tem Uma vez na vida! Francine Cruz Imagem gerada pela IA do Bing As bonequinhas encantadoras  Eu e minha irmã ganhamos no tempo de infância duas bonequinhas. Na manhã de Natal, lá estavam elas, debaixo do pinheirinho. Ficamos muito contentes, pois elas eram maleáveis e muito engraçadinhas. Dobravam as perninhas e também o

Para não dizer que não falei dos cravos 08 | A poesia, a composição musical e as ilustrações de WADO

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  Para não dizer que não falei dos cravos (08) A poesia,  a composição musical  e as ilustrações de  WADO,  em "ÁGUA DO MAR  NOS OLHOS" A GAIOLA DO SOM Escrever é amarrar a palavra no passado  E a palavra escrita é a gaiola do som Ler é libertar a palavra Que estava enclausurada no papel Palavras gostam de voar E ecoar o eco de seu pleno sentido Sonoro (* Wado, com Alvinho Cabral, Eduardo Bahia e Juca, do livro Água do mar nos olhos , p. 16 / canção no álbum cinema auditivo ) capa do álbum Cinema auditivo  -*- ilustração de Wado , do livro Água do mar nos olhos , p. 50 -*- AMOR E RESTOS HUMANOS Amor e restos humanos  Depois do fim, A construção já estremeceu Maldade se faz assim, Ou pior: restos de amor de um lado só  Sinto não sentir Mais que um abismo entre nós  O grande jogo de escolhas, a vida Poderia se chamar: vida Certas verdades saltam da boca, Certas maldades não têm fim Sinto não sentir  Mais que um abismo entre nós  (* Wado, com Adriano Siri, do livro  Água do mar

SEIS POEMAS DE SIL SCHMIDT | PROJETO 8M

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fotografia do arquivo pessoal da autora  8M (*) Mulheres não apenas em março.  Mulheres em janeiro, fevereiro, maio. Mulheres a rodo, sem rodeios nem receios. Mulheres quem somos, quem queremos. Mulheres que adoramos. Mulheres de luta, de luto, de foto, de fato. Mulheres reais, fantasias, eróticas, utópicas. Mulheres de verdade, identidade, realidade. 'Dias mulheres virão',  mulheres verão, pra crer, pra valer! (Nic Cardeal) Mergulhe na poesia sempre surpreendente de SIL SCHMIDT : A ÚLTIMA CARTA  Há muito que escrevo versos tontos sem graça  por que insistir se queres ir aonde o vento corta Aqui é árido e já ouço o silêncio dos afogados  neste emaranhado de quase noite em cartaz Nem mesmo planto ou rego flores os canteiros  a praça que me rodeia foi bem menos escassa É hora qualquer novo sinal soaria como lâmina  que esgarça abrindo velhas feridas sobre brasa O caminho está aberto melhor assim meu caro do que a espera ilusória-atroz dos que se casam Ouço um fino assobio agora a