UniVerso de Mulheres 01 - Três Poemas de Mascha Kaléko traduzidos por Valeska Brinkmann
Chanson von der Fremde
Die Fremde ist ein kaltes Kleid
mit engen Kragen
Ich hab's mit meinem Koffer oft
im leben schon getragen
Als Einzelgänger von Natur
wohn ich nicht gern zu Gaste
Ich hause lieber unterm Dach
als fremd im Prunkpalaste
Ich reise ohne Stock und Hut
Und tanze aus dem Reigen
wenn einer eine Reise tut
da kann er viel verschweigen.
Canção do estrangeiro
O estrangeiro é um vestido frio
com um colarinho apertado
Na vida muitas vezes eu
tenho minha mala usado
Solitária por natureza
Não me apraz morar com um batalhão
Prefiro viver sob o sótão
como estrangeira na suntuosa mansão
Viajo sem bengala e chapéu
E danço fora da ciranda
quando se faz uma viagem
muito se oculta e debanda.
O estrangeiro é um vestido frio
com um colarinho apertado
Na vida muitas vezes eu
tenho minha mala usado
Solitária por natureza
Não me apraz morar com um batalhão
Prefiro viver sob o sótão
como estrangeira na suntuosa mansão
Viajo sem bengala e chapéu
E danço fora da ciranda
quando se faz uma viagem
muito se oculta e debanda.
Worte in den Wind
Du zahlst für jedes kleine Wort auf Erden,
für jedes Mal, da du das Schweigen brichst.
So tief du liebst, wirst du verwundet werden
und mißverstanden, fast so oft du sprichst.
Palavras ao vento
Você paga por cada pequena palavra na terra
para cada vez que o silêncio você encerra
Tão fundo quanto você ama, ferido vai ficar
e incompreendido, quase sempre que for falar
Você paga por cada pequena palavra na terra
para cada vez que o silêncio você encerra
Tão fundo quanto você ama, ferido vai ficar
e incompreendido, quase sempre que for falar
Was man so braucht...
Man braucht nur eine Insel
allein im weiten Meer.
Man braucht nur einen Menschen,
den aber braucht man sehr.
allein im weiten Meer.
Man braucht nur einen Menschen,
den aber braucht man sehr.
Do que se precisa...
Precisa-se só de uma ilha
sozinha, ao longe no mar.
Precisa-se só de uma pessoa
mas aí, muito se vai precisar.
Mascha Kaléko (1907 – 1975) nasceu em Chrzarnów, hoje Polônia, filha de judeus, ainda criança mudou-se com os pais para Alemanha, fugindo dos pogrons, depois em 1933 emigrou para Nova York com o marido. Em Berlim, fez parte da Neue Sachlichkeit (Nova Objetividade), movimento de artistas e escritores como Erich Kästner, Joachim Ringelnatz , Bertold Brecht e Kurt Tucholsky. Seus poemas falam do exílio, do dia-a-dia e do amor na cidade grande em tom melancólico e irônico, muitos foram musicados para os cabarés, na voz de cantoras como Claire Waldoff e Hanne Wieder. Os poemas acima foram tirados do livro póstumo „ Sei klug und halte dich an Wunder“ , dtv 2013
Valeska Brinkmann nasceu em Santos, Estudou Rádio e TV na FAAP (SP). Escreve histórias para crianças, contos e poemas. Tem textos e traduções em sites literários e antologias na Alemanha, Brasil e Portugal. Faz parte do coletivo GLENSE - Guerrilha Literária Espontânea na Sala de Estar. Trabalha na emissora de Rádio e TV pública de Berlim, onde vive há quase vinte anos.
Adorei!
ResponderExcluirExcelente.
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