Um mergulho na Arte libertária de Cláudia Gonçalves
Seis poemas e cinco Artes de Cláudia Gonçalves.
epílogo
na quase esquina
não há vaga
perdeu-se o tato
perdeu-se a valsa
perdeu-se o enlace
[na quase esquina_não vale]
não vale o dote_
não vale
não vale a pena_
não vale
não vale o trote_
não vale
não vale o chumbo_
não vale
não vale o passe
[não vale o rito do sal
jorrado na face]
constatação
às vezes para romper
o eixo do elo
[há que mergulhar
em abismos]
na vileza das vértebras
musgos tramam
entre–juntas
*
ebulição
a noite se arrasta
na pista do desassossego
que teima acordar os fantasmas
que habitam o musgo
do tempo
ido
vácuo
em pétalas
desfaço-me
___avesso
sentindo o beijo do vento
vanilla inunda
o papel em branco
com sabor
de mil folhas
o desejo vacila
[marcha perdida]
no sopro do tempo
__labirintos da vida
caçada
fome
de arte
me tome
grito
teu nome
no ar
te invoco
no sonho
na trilha
na trama da rede
no mar
da esquina
até marte
não vou
me burlar
vem
vou amar-te
[é meu foco]
não posso adiar
adversidade
teus vendavais
já não cabem
no abraço
tiram do prumo
o veludo
e o barco perde
a rota
jorrando
o sal
no
carmim
imagens: Arte Visual, de Cláudia Gonçalves.
na quase esquina
não há vaga
perdeu-se o tato
perdeu-se a valsa
perdeu-se o enlace
[na quase esquina_não vale]
não vale o dote_
não vale
não vale a pena_
não vale
não vale o trote_
não vale
não vale o chumbo_
não vale
não vale o passe
[não vale o rito do sal
jorrado na face]
constatação
às vezes para romper
o eixo do elo
[há que mergulhar
em abismos]
na vileza das vértebras
musgos tramam
entre–juntas
*
ebulição
a noite se arrasta
na pista do desassossego
que teima acordar os fantasmas
que habitam o musgo
do tempo
ido
vácuo
em pétalas
desfaço-me
___avesso
sentindo o beijo do vento
vanilla inunda
o papel em branco
com sabor
de mil folhas
o desejo vacila
[marcha perdida]
no sopro do tempo
__labirintos da vida
caçada
fome
de arte
me tome
grito
teu nome
no ar
te invoco
no sonho
na trilha
na trama da rede
no mar
da esquina
até marte
não vou
me burlar
vem
vou amar-te
[é meu foco]
não posso adiar
adversidade
teus vendavais
já não cabem
no abraço
tiram do prumo
o veludo
e o barco perde
a rota
jorrando
o sal
no
carmim
Cláudia Gonçalves, é poeta, design de objetos e artesã. Coordenadora Editorial do Proyecto Cultural Sur/Brasil e Coordenadora do Projeto, “Poeta, mostra tua cara na escola”. Foi Assessora de Coordenação do Congresso Brasileiro de Poesia, por onze anos.
Integrou o grupo, “República da Poesia” que coordenava um sarau mensal em Porto Alegre - RS. Fez parte do movimento, “Poetas Pela Paz e Justiça Social”, idealizado pela Editora Alcance.
Atualmente, parte das suas criações é desenvolvida no atelier próprio, “ArtNano” e faz um trabalho direcionado às escolas do ensino público, integrando dois projetos do Sesc: um estadual, “Mais Leitura” e um nacional, “Arte da Palavra”. É membro da Casa do Artesão de Porto Alegre, da Casa do Poeta Rio-Grandense, da Casa do Poeta Camaquense e Cônsul do movimento, “Poetas del Mundo”, Porto Alegre - RS.
Ministra oficinas [talleres-workshops] de mini livros em bienais, feiras de livros, congressos, escolas, ONGs e centros culturais. Até o momento, o trabalho já foi desenvolvido em vários estados brasileiros e nos seguintes países: Argentina, Uruguai, Colômbia e Chile.
Em sua trajetória poética, tem algumas parcerias musicais, participou de mais de quarenta antologias, tem poemas publicados em vários sites, jornais, revistas, e-books, entre outros. Muitos foram traduzidos para o inglês, o italiano o espanhol e o francês. Tem trabalhos publicados em Portugal, Moçambique, Argentina, Peru, Colômbia e Chile. Livros: “Entrelinhas” Edição artesanal da Fábrica de Cataventos – MG/ 2011
“Cerne” Ed: PCSUR – RS / 2015 - "Nanico” mini livro de microcontos, Edição artesanal ArtNano - RS/ 2018. -cacaugoncalves@gmail.com - Porto Alegre- RS.
imagens: Arte Visual, de Cláudia Gonçalves.
Lindos poemas e arte!
ResponderExcluirPoesia pulsante!!!
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