Antologia Ruínas, a poesia literalmente construtiva! - Chris Herrmann
Antologia Ruínas - Ed. Patuá, 2020 |
Antologia Ruínas
A poesia literalmente construtiva!
por Chris Herrmann
Hoje, 21 de Março, é o Dia Mundial da Poesia. Isso me fez lembrar da Antologia Ruínas e o quanto a poesia pode significar, mesmo quando parece para nada servir. Quando li a primeira vez sobre a ideia desta antologia em uma postagem do amigo editor Eduardo Lacerda, minha primeira reação foi a de querer participar. Porque não se trata apenas de uma coletânea de poemas como muitas outras existentes. Trata-se de um “mutirão de poetas“ para contribuir por uma bela causa: um apoio financeiro para a reforma da Livraria e Bar Patuscada - palco de muitos eventos literários, lançamentos e encontro de amigos. Eu mesma lancei em 2018 o meu romance pela Patuá Borboleta - a menina que lia poesia no Patuscada. Foi a primeira vez que estive lá e fiquei encantada com o ambiente aconchegante e o carinho dos amigos, principalmente dos anfitriões, o editor Eduardo Lacerda e sua maravilhosa esposa Pricila Gunutzmann.
Passaram-se dois anos desde então, e agora tenho o prazer de participar de uma antologia que marca um momento histórico e sentimental daquele bar que deixou muitas lembranças entre tantos amigos escritores e poetas como eu. Sei que fui apenas um grãozinho nessa empreitada, mas todos juntos somos a prova de que o amor à arte e à amizade têm grande força edificante, literalmente.
Abaixo, meus dois poemas publicados na antologia:
RUÍNAS I
Pedra sobre Pedra
não era apenas mais uma pedra
entres tantas das ruínas
ninguém a observara de perto,
e por que haveria?
de certo, ninguém saberia contar
a história das lágrimas mudas
aquela pedra bruta e manchada
foi a primeira a erguer nossos sonhos
e a derradeira a testemunhar
nosso fim entre os escombros
RUÍNAS II
Água de pedra
cegando o sonho
cobrindo a terra
matando a árvore
eram milhões
de pedras
numa delas
uma flor
suja de terra
lavando a alma
sugando água
de pedra-sabão
• a Antologia Ruínas pode ser adquirida AQUI.
Chris Herrmann é musicista, editora, escritora/poeta carioca, radicada na Alemanha desde 1996. No Brasil, estudou Literatura, Música e Webdesign. É pós-graduada em Musikgeragogik na Alemanha. Organizou e participou de várias antologias de poemas. É autora dos livros de poesia Voos de Borboleta, Na Rota do Hai y Kai, Gota a Gota, Cara de Lua e dos romances Borboleta – a menina que lia poesia e Peccatum (este último a ser lançado em 2020). Colabora e tem poemas publicados nas revistas eletrônicas Algo a Dizer, Zona da Palavra, Blocos Online, Revista Plural – Scenarium, Mallarmargens, Germina, entre outras. Criou a revista Ser MulherArte, da qual é editora.
RUÍNAS I
Pedra sobre Pedra
não era apenas mais uma pedra
entres tantas das ruínas
ninguém a observara de perto,
e por que haveria?
de certo, ninguém saberia contar
a história das lágrimas mudas
aquela pedra bruta e manchada
foi a primeira a erguer nossos sonhos
e a derradeira a testemunhar
nosso fim entre os escombros
Foto: Pixabay |
RUÍNAS II
Água de pedra
cegando o sonho
cobrindo a terra
matando a árvore
eram milhões
de pedras
numa delas
uma flor
suja de terra
lavando a alma
sugando água
de pedra-sabão
• a Antologia Ruínas pode ser adquirida AQUI.
Chris Herrmann é musicista, editora, escritora/poeta carioca, radicada na Alemanha desde 1996. No Brasil, estudou Literatura, Música e Webdesign. É pós-graduada em Musikgeragogik na Alemanha. Organizou e participou de várias antologias de poemas. É autora dos livros de poesia Voos de Borboleta, Na Rota do Hai y Kai, Gota a Gota, Cara de Lua e dos romances Borboleta – a menina que lia poesia e Peccatum (este último a ser lançado em 2020). Colabora e tem poemas publicados nas revistas eletrônicas Algo a Dizer, Zona da Palavra, Blocos Online, Revista Plural – Scenarium, Mallarmargens, Germina, entre outras. Criou a revista Ser MulherArte, da qual é editora.
Poemas lindos, para um projeto maravilhoso! Parabéns!!!
ResponderExcluirFoi uma honra para mim participar. Realmente um projeto lindo. Obrigada, Lia.
ExcluirOi, Chris! Parabéns pelas 2 poesias e por todo seu trabalho! Ao elaborar Na Rota do Hai y Kai, em algum momento leu sobre uma das precursoras na tradução do hai cai no Brasil, chamada Olga Savary?
ResponderExcluirAbraços, Rizolete Fernandes, Natal RN, NE do Brasil.