O Tempo sonha em travesseiros de pedra: cinco Poemas de Lua Serena
Tempo
virá
em que
o mundo
há de
ficar
sozinho
Gemem as
mãos
na
repulsa
das
carícias
choram as
estrelas
no apagão
dos olhos
descrentes
Contar o
tempo
é mania
que se apanha
e não se
aprende
não se
rende
o corpo
da teimosia
ainda que
falhe a fé
e cale a
alma
...
Tempo
virá
ainda que
tarde
o
entendimento
há de
ficar sozinho
o mundo
na
imensidão dos céus
...
Logo
anoitece.
A vida
é um
encantamento
que o
tempo tira
pra
dançar com o vento
ora
tempestade
ora brisa
mansa.
Mas as
secas chegam...
Mas a
vida cansa.
Eu moro
na fé dos desesperados
nos
joelhos dobrados
dos sem
teto
sem chão
sem eira
nem beira
de estrada
nem
caminho a seguir.
Eu moro
na esperança dos caídos
sofridos
até a raiz
dos
cabelos
dos fios
e meados
da vida
enredados
alma e
breu
coração.
Eu moro
na certeza
incerta
do talvez
quem
sente
quem
sabe?
Eu moro
no lado de dentro
e dentro
a gente sonha
e sobrevive!
...
A
realidade é um sopro... e se morre.
Perdoa
palavra
que eu não falei
O amor que
(em mim)
calei
por um triz
...
Foi medo
de ser feliz.
Outono
soprando
na face
e os fios
de orvalho
serenando
o telhado
emaranhado
de dedos
marcados
de lembranças.
Fardo pesado
do tempo!
O alento
de quem sente
o passar
de outonos
tantos
é um manto
perolado
de conhecimento.
Só peço
ao Deus
de tantas estações
não permita
que eu entre
no céu
careca de vivências.
Quero a presença
de flores
no topo
da minha sanidade
apesar das frágeis
folhas
idas com o vento.
(...) Ou terei que levar
meu velho
chapéu
de fitas.
*as ilustrações de Walter Lewy.
Lua Serena, poeta gaúcha, apaixonada por filosofia e litetatura, escreveu seu primeiro poema aoa 12 anos de idade, poema esse que recebeu o prêmio literário pela dia da árvore. Com 4 livros publicados, não se considera poeta, mas uma amante da arte. Lua Serena é mãe, avó, mulher e poesia. "Penso, logo escrevo." Lua Serena.
Lindos poemas e bela edição!
ResponderExcluirNossa, fantástica edição!
ResponderExcluirGratidão profunda!
🙏❤
Lua Serena, todos os seus poemas são belos! Eu moro na fé dos desesperados e perdoa palavra que eu não falei me tocaram mais de perto. Mas, o conjunto da sua obra me convida a novas leituras. Obrigada, por compartilhar!
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