Divulgação - AMORES VIRADOS PRA CÁ - Helena Lima e Isabelle Borges
O "Amores Virados Pra Cá" é o primeiro livro do selo adulto da Lago de Histórias, o Lago Baikal.
AMORES VIRADOS PRA CÁ
Era uma vez um lago, transbordando de histórias. Mergulhado nele, uma pedagoga cheia de sonhos e coragem. Helena Lahis abriu mão das salas de aula, onde esteve por 20 anos, para se aventurar e vencer no mercado editorial. 13 livros, entre eles títulos reconhecidos e premiados nacional e internacionalmente, e três anos depois, a Editora Lago de Histórias, especializada em infanto juvenis, mergulha mais fundo e inaugura, em 2019, seu selo adulto: o Lago Baikal.
- A escrita é uma arte sem idade, gênero, fronteira, limite. O voo de um escritor é infinito demais para caber em direcionamentos de públicos-alvo, explica Helena sobre o novo selo.
O título de estreia é Amores virados pra cá, da fundadora e editora da Lago, em parceria com a escritora e amiga Isabelle Borges.
- Quem escreve, não o faz para acertar alvos, mas para tocar a sensibilidade do outro. Amores virados pra cá é mais que oportuno como livro de estreia, à medida que fala de desejo. A produção literária da Lago vem se expandindo, assim como acontece com a editora. Mas é preciso evidenciar para o público leitor que há um selo particularmente dirigido aos adultos, diz a editora do Baikal, uma das autoras do Amores.
Prosa poética do corpo e do olhar. Na avaliação de Luis Pimentel, que assina a quarta capa da obra, Amores virados pra cá são os que sempre nos encontram, mas nem sempre do lado certo.
No trecho de uma das crônicas, Helena provoca: “Talvez o excesso de tecnologia esteja automatizando a nossa humanidade e afastando os sentidos das experiências. Aí a gente fica que nem celular: fala, grava, digita, armazena, fotografa, filma. E não sente".
O livro mostra a trajetória do processo de descoberta e amadurecimento da escrita das duas autoras, que viveram muitas experiências literárias juntas. O leitor encontrará uma reunião de textos orientados pelos desejos, sejam quais forem, que viram e reviram amores, na condução de quatro mãos, mas uma só direção.
- Esperamos que o livro possa remexer as pessoas por dentro. Tocar seus corações, promover reflexões profundas e rever a própria vida a partir de um “despertar para a poética do cotidiano, diz Helena.
A apresentação do livro é de Márcio Vassallo e a capa de Luciana Perpétuo.
LAGO BAIKAL
O nome Lago Baikal surgiu a partir de uma pesquisa feita pela Helena: “Será que existe o maior ou mais profundo lago do mundo?” E a resposta está na Sibéria, no Baikal, um lago que passa o inverno congelado e representa 20 % da água doce do planeta, além de ser um berçário de biodiversidade.
Segundo a editora, se o selo dirige-se a leitores mais experientes e com maior possibilidade de profundidades na leitura, a analogia parece perfeita. A editora espera publicar obras de qualidade literária que possibilitem mergulhos profundos, além de oportunizar a publicação de autores talentosos que encontram dificuldade de ter um espaço no mercado editorial.
***
*Um fragmento do livro - a autoria é de Helena Lahis.
Hoje é domingo.
Ela dorme nas encostas do lago.
No aconchego molhado da calçada fria.
O vento respinga impiedoso.
O travesseiro se despede do branco.
A bolsa recosta a cabeça em sonhos de uma Paris sem luz.
A coberta de avião, habituada a voos mais altos, faz o seu papel.
Ontem, o sábado cinza amanheceu testando os termômetros cariocas.
Uma cachaça barata lhe custou o quase nada que tinha antes do primeiro gole.
Onde estavam seu cobertor, o lençol, os trapos imundos a lhe proteger a alma?
Ela não sabia.
Talvez os tivesse perdido. Talvez tenha sido furtada.
Furtada ela foi. Muito antes de perder o cobertor.
Furtada do direito de ser.
E ficou só existindo.
A caminho da padaria, o sopro frio que vinha do mar me arrepiou.
Da ponta dos pés às gotas de dor que me encheram os olhos.
Então o travesseiro, a manta do avião, o moletom, a sacola Paris.
Ela aceitou os presentes.
Não sorriu.
Não disse palavra.
Não pousou os olhos em nada.
Vestiu a blusa.
Deitou a cabeça.
E eu a cobri.
Ela deixou.
Ainda está lá.
Sorri menos que ontem.
Olha mais longe.
Expressa o nada da desesperança que impera no mundo.
Chego em casa.
Minha filha me diz que as mulheres da rua sentem mais medo.
Mais silêncios para dividir.
Mais motivos para se encolher.
Choro de novo.
Choro o amor que não aguenta tanta covardia.
Onde nasce a morbidez que nos anestesia e desumaniza a cada dia?
Tatiana
Hoje é domingo.
Ela dorme nas encostas do lago.
No aconchego molhado da calçada fria.
O vento respinga impiedoso.
O travesseiro se despede do branco.
A bolsa recosta a cabeça em sonhos de uma Paris sem luz.
A coberta de avião, habituada a voos mais altos, faz o seu papel.
Ontem, o sábado cinza amanheceu testando os termômetros cariocas.
Uma cachaça barata lhe custou o quase nada que tinha antes do primeiro gole.
Onde estavam seu cobertor, o lençol, os trapos imundos a lhe proteger a alma?
Ela não sabia.
Talvez os tivesse perdido. Talvez tenha sido furtada.
Furtada ela foi. Muito antes de perder o cobertor.
Furtada do direito de ser.
E ficou só existindo.
A caminho da padaria, o sopro frio que vinha do mar me arrepiou.
Da ponta dos pés às gotas de dor que me encheram os olhos.
Então o travesseiro, a manta do avião, o moletom, a sacola Paris.
Ela aceitou os presentes.
Não sorriu.
Não disse palavra.
Não pousou os olhos em nada.
Vestiu a blusa.
Deitou a cabeça.
E eu a cobri.
Ela deixou.
Ainda está lá.
Sorri menos que ontem.
Olha mais longe.
Expressa o nada da desesperança que impera no mundo.
Chego em casa.
Minha filha me diz que as mulheres da rua sentem mais medo.
Mais silêncios para dividir.
Mais motivos para se encolher.
Choro de novo.
Choro o amor que não aguenta tanta covardia.
Onde nasce a morbidez que nos anestesia e desumaniza a cada dia?
Helena Lahis é pedagoga, escritora, editora e fundadora da Editora Lago de Histórias. Atuou como professora do Ensino Fundamental por mais de 20 anos. Autora de Mais felizes do que sempre, Bia Sem Pressa, Os medos da Bel, Soldado (acervo básico da FNLIJ e aprovado no PNLD Literário), Olga (terceiro lugar na Biblioteca Nacional e acervo básico FNLIJ), Grande ou Pequena?, Vicky, A moça artista do topo do morro (aprovado no PNLD Literário) e Contos de encantar o céu (catálogo de Bolonha 2019), livros para pessoas de 1 a 100 anos, aproximadamente. Dirige a Casa Cultural Lago de Histórias, onde acontecem oficinas de escrita criativa, oficinas de ilustração, visitas literárias para alunos de escolas das redes pública e particular, e contação de histórias. A casa também realiza lançamentos de livros, encontros de escritores e saraus. Amores virados pra cá é seu primeiro livro para o público adulto.
*Sobre a outra autora de Amores Virados Pra Cá:
Isabelle Borges é escritora, educadora e comunicadora de uma vida mais leve e criativa. Formada em licenciatura e mestre em Psicologia do Desenvolvimento Humano, foi professora de grandes instituições federais, já trabalhou formando educadores, crianças e jovens em todo o país. É fundadora da POAMA - uma escola de memórias itinerante que surge para repensar a escrita, os diálogos, a comunicação e o ato de habitar o mundo. É criadora do método S.E.N.T.I.R, processo que acredita na capacidade dos sentidos e de se perceber no mundo para o encontro com as inúmeras possibilidades de criar e escrever. Autora na Antologia No fundo de doze histórias corre um Rio, dos livros infantis Bilica Chorona e Meu mundo deitado na grama, e da peça de teatro e curta metragem Enquanto Estamos Juntos.
SERVIÇO
Amores virados pra cá
Lago Baikal
Helena Lima e Isabelle Borges
Formato:15 x 23
Páginas: 208
Preço: 49,90
* Conteúdo enviado pela assessora Andréa Drummond
DEDICATA ASSESSORIA & CONTEÚDO - (21) 3507-0462
Andréa Drummond
deadedicata@gmail.com
(24) 98824-1512
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