Velas ao vento - novo livro da poeta Rita Queiroz
Velas ao
vento: ou quando os olhos singram pela correnteza da poesia
Em novo livro autora mergulha
seus poemas em metáforas aquáticas
As águas
já foram tema de canções belíssimas. Estão também presentes em várias religiões
como o elemento purificador de corpos e almas. Na natureza, as águas, assim
como os outros elementos, ar, terra e fogo, simbolizam toda a essência da vida.
É seguindo essa corrente de pensamento que o novo livro da autora Rita Queiroz
navega e conduz o leitor pelas suas margens poéticas. “Velas ao vento” sai pela
Editora Penalux, é o seu quinto livro de poesia.
Em
entrevista à editora, a autora diz que o seu livro traz uma singela
contribuição para a literatura e para o cenário atual, pois representa um
bálsamo para os dias difíceis. A obra pretende “passar a ideia de beleza, de
sofrimento, mas, primordialmente, da força que há nas águas”, diz. E complementa: “O livro traz um tributo às águas,
sejam estas doces ou salgadas, e de como se pode atravessá-las, reverenciá-las,
senti-las em sua infinitude”.
“Velas ao vento” é,
como a própria expressão indica, um impulso a navegar. “Rita Queiroz sabe se
fazer mar para alcançar o céu, sabe se fazer rio para atingir o precipício,
sabe se tornar uma foz para desaguar encontros!”, diz Antonio Wilson Silva de
Souza, professor de História da Arte.
Para Aleilton Fonseca, Rita
Queiroz é uma poeta de visão lírica abrangente. “Ao lermos seus livros
anteriores, podemos afirmar que sua poesia é ar, é fogo, é terra e, sobretudo
neste livro, é água primordial. Sua poesia instaura um processo de
autoconhecimento através da epifania das águas”, aponta o crítico.
André Galvão, que
assina o texto de orelha da obra, escreve sobre a composição do livro que está
dividido em três partes. Para ele, “Epifania das águas”, “Marinhas” e
“Confluências” dialogam entre si “de forma envolvente, revelando caminhos
percorridos através da poesia e por meio das águas que se misturam. Somos
convidados a navegar junto com a poeta, no ritmo de ondas e da brisa do mar.”
Outro autor que colabora criticamente com a obra é o poeta
Wesley Correia, que diz: “A leitura de ‘Velas ao Vento’ traz a possibilidade de
que se testemunhe um espetáculo de raro esplendor com a presença das muitas
águas – de rios e mares, da cachoeira ancestral, da umidade apaixonada onde
mergulham corações sedentos”.
“Em mares profundos, misteriosos e envolventes, mergulhei”,
confessa a autora Aldirene Máximo, que estampa seu texto na quarta capa do
livro. “Inquieta ficou minh’alma”, continua ela, “pois eram muitos segredos a
decifrar. Águas que lavam as dores, lágrimas que ficaram pela estrada, todas
desmistificando a ancestralidade da autora que carrega estrelas nos olhos”.
Assim é
esse novo livro de Rita Queiroz: caudaloso e generoso aos que pescam poesia.
Convidamos os leitores a mergulharem no universo de Velas ao vento e, a partir daí, construírem seu movimento de ir e
vir através das águas.
¨¨
- O novo livro que é dividido em tês partes: Epifania das Águas, Marinhas e Confluências. Apresentamos aqui, um poema de cada uma dessas partes.
Parte 01 - Epifania das Águas
Canto de Yabás
Sou das águas...
Das águas doces e salgadas
Das águas que lavam as dores e refazem a alma
Sou das águas...
Do espelho que vira do avesso
E capta as lembranças em alta voltagem
Sou das águas...
Labirintadas de (in)certezas que movem as máscaras
No doce balanço das horas
Sou das águas...
Das labaredas que consomem os segredos
E rasgam os silêncios da alvorada
Sou das águas...
Dos prazeres inscritos no horizonte
Inebriante perfume do destino
Sou das águas...
Verde, azul, dourada
Essência mater da caminhada
Sou das águas...
Das lágrimas que ficaram pela estrada
(Des)encontro do rio e do mar
Sou das águas...
Do apagar das cinzas e recomeço da cavalgada
Mágica epifania das águas.
Das águas doces e salgadas
Das águas que lavam as dores e refazem a alma
Sou das águas...
Do espelho que vira do avesso
E capta as lembranças em alta voltagem
Sou das águas...
Labirintadas de (in)certezas que movem as máscaras
No doce balanço das horas
Sou das águas...
Das labaredas que consomem os segredos
E rasgam os silêncios da alvorada
Sou das águas...
Dos prazeres inscritos no horizonte
Inebriante perfume do destino
Sou das águas...
Verde, azul, dourada
Essência mater da caminhada
Sou das águas...
Das lágrimas que ficaram pela estrada
(Des)encontro do rio e do mar
Sou das águas...
Do apagar das cinzas e recomeço da cavalgada
Mágica epifania das águas.
Parte 02 - Marinhas
Água viva
Busco no mar nossas cartas de amor
Perfumadas com alfazema
Recortadas com as fissuras de nossas almas
Prenhes dos ímpetos ardentes.
Perfumadas com alfazema
Recortadas com as fissuras de nossas almas
Prenhes dos ímpetos ardentes.
Veleiros e velas riscam o horizonte
Onde rasgamos os pergaminhos
E rasuramos as iluminuras dos retratos.
Restaram nossas indulgências.
Onde rasgamos os pergaminhos
E rasuramos as iluminuras dos retratos.
Restaram nossas indulgências.
Ouço o canto da sereia
Sigo as caravelas e os rastros lilases
Que queimam as promessas.
Sigo as caravelas e os rastros lilases
Que queimam as promessas.
No desdobrar dos versos,
Reinvento-me no silêncio das palavras
E na solidão das águas marinhas.
Reinvento-me no silêncio das palavras
E na solidão das águas marinhas.
Parte 03 - Confluências
Metamorfose
Este mar que habita meus olhos
Prenhe de enigmas e (in)certezas
É mel que ancora a saudade
No cais das filosofias sagradas.
Prenhe de enigmas e (in)certezas
É mel que ancora a saudade
No cais das filosofias sagradas.
As pedras rolam no tabuleiro,
Denunciando o ir e vir do tempo
Transeunte como os grãos do deserto
Sem pouso seguro no descanso do desassossego.
Denunciando o ir e vir do tempo
Transeunte como os grãos do deserto
Sem pouso seguro no descanso do desassossego.
Na vastidão inimaginável dos segredos,
Rodopio no carrossel de palavras nuas,
Perpetuando afetos, eternizando sonhos,
Tatuada a ferro e fogo com a Poesia.
Rodopio no carrossel de palavras nuas,
Perpetuando afetos, eternizando sonhos,
Tatuada a ferro e fogo com a Poesia.
A borboleta se faz plena
Fênix exalando mirra,
Desaguando águas passadas
Presente na brisa que vem do Oriente.
Fênix exalando mirra,
Desaguando águas passadas
Presente na brisa que vem do Oriente.
SOBRE A AUTORA
Rita Queiroz nascida na Bahia de todos os Santos,
na terra de Nosso Senhor do Bonfim, com o Sol em Leão, aos 22 dias do mês de
agosto. Professora universitária, filóloga (pesquisadora do manuscrito), poeta.
Autora dos livros Confissões de Afrodite,
O Canto da borboleta, Canibalismos (Penalux,
2019, 2018, 2017), Ciranda, cirandinha:
vamos brincar com poesia? (Infantil) e Colheitas
(Darda, 2019, 2018). Organizadora de coletâneas. Colunista na Revista
Cultural Evidenciarte. Publicações em diversas antologias, no Brasil e no
exterior, bem como em revistas literárias. Integrante dos coletivos “Confraria
Poética Feminina”, “Mulherio das Letras” e “Coletivo de autoras de literatura
infantil e infanto-juvenil da Bahia-CALIIB”.
SERVIÇOS
Velas ao vento, Rita Queiroz – poesia (80 p.), R$ 38
(Penalux, 2020).
Link para compra:
Lançamento Virtual
Contatos da autora: rcrqueiroz@uol.com.br | Facebook: Rita Queiroz | Instagram: @ritaquei e @ritaqueiroz.poeta
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