LucianeValença
Em
nosso jardim
Ah esse
entrelaçar
Que nem
sempre vejo
Vem-me
assim
Caminho
no tempo
Sentimento
de estar solto e preso
Nessa
rede de estar entre linhas
De
tecer paulatinamente
Ter
casa estar de passagem
Não é
ilusão o presente
È vida!
Meus
olhos precisam olhar devagar.
Luciane Va lença
O
impulso
O que provoca não é o corpo,
Não é o nu.
É o imprevisto
O movimento em cena como um risco.
O puxar da roupa que ameaça os meus olhos
profanos
E pára, não era nada?
Fica no ar o que os olhos pensavam
Como quem tira a casca,
E provoca.
Ninguém suga.
É isso que me leva junto,
O impulso.
O ato eu conheço,
O nu eu já vi.
Mas mil vezes imaginar,
O que causa perturbação
É a pirraça.
Que deixa a casa dos olhos à beira do caminho
Imaginar, arte santa e não profana.
Ai que
vergonha!
Luciane Valença
Céus de
estrada.
Pensar e escrever são
mesmo como uma estrada
Surge sem que precisemos
tirar o corpo do lugar,
Nem extrair nenhum ramo da
árvore.
É uma nascente onde o rio
visita a gente a qualquer hora
Quando nos damos conta
estamos construindo pontes
Mostrando ideias, luz e
estrelas que vão mudando céus de lugar.
Cada vez que alguém ao
ler,diz vai,segue.
E por onde vou, a alma me
leva, pareço cega e não tateio.
Ando pelos jardins de
palavras
Como se as ferramentas
estivessem há milênios nas mesmas mãos,
Plantando uma rosa e
outra.
Cantando sem que ninguém
me veja.
Beijando-se como quem
agradece e sabendo que amo as estradas de mim
E elas com curva ou sem curva,
não acabam aqui...
Quando a poesia atravessa
a pele da alma
E toma na mão a veia do
poeta
Então ele vê a cor dos
seus versos
Verdes, azuis, brancos,
coloridos
Vermelhos sem pudores.
Crescidos de suas dores
Regados com seus amores
Que passa pela fluente do
rio
Que ele aprecia sozinho.
Luciane Valença
Ela.
Ele achou uma madona q lhe
rouba a cena, um gatilho.
Às vezes sente-a como um
tiroteio na esquina, alucinada.
Que lhe suga a alma, a
sina
Que lhe apredeja de beijos
o peito
Uma mulher e ele rasteja
E lambe seus pés e mãos e
adereços
Seu corpo soa insensatez
Sua pele treme em
desespero e admira-a
.Nunca se sentiu voraz em
outros braços.
Ela lhe olha de lado
Lampejos...
E ele despenca em seu
abismo
Quando uma lágrima dela
ameaça surgir na pálpebra
Diz lhe que é tão pertinho
o paraíso
Que o céu é dela.
Que as estrelas sentem inveja
de seus seios
Vê consumido seu eu
lírico.
É seu súdito.
Um desassossego que geme
esse homem
Às vezes cogita que alguma
coisa podia mudar.
Contanto, que nada a
tirasse do seu lado.
Receia que os deuses do Olímpio
a desejem.
Ela é seu doce labirinto.
A sua diva ensandecida, a
Helena de Tróia.
Quando ele pensa por um
momento que está esvaído,
Aqueles olhos e mãos lhe
ressuscitam o destino.
Casta e liberta.
Quem abomina?
Uns dizem que é paixão
Outros que é feitiço
Há quem diga que é sina
amar assim
Ele,
diz que a vida tem as letras do nome dela
Luciane Valença
Longe de ser arte.
Ah desalmados
Senhores de um tempo
castrado
Tempos anfíbios pecados
Pudera amar-te...
Ah sôfrego ar de donzela
Quem escondeu a aquarela?
Quem enganou as manhãs?
Que não disse que sabia de
tudo um pouco
Do santo dia
E não fez política rima
com amor e não com dor
E criança brincar de
aprender
Ah desalmados
Não serão doces os pecados
Também não serão feras
Serão o que tiverem de
ser...
Longe de ser arte que é
beleza.
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Edna Santos Almeida nasceu em 20/06/1968 em Inhambupe-Ba
(a terra do Lobisomem). Graduada em Letras com Inglês pela UNEB- Universidade
do Estado da Bahia. Pós-Graduada em Planejamento Educacional
pela Universidade Salgado de Oliveira. Professora, paisagista, massoterapeuta e
escritora. Publicou “Caminhando entre as flores” 2016 que recebeu homenagem de
três escolas estaduais e livro de poesias é adotado para estudo literário numa
escola particular. Há um livro de poemas a caminho de editoração intitulado’ Á
flor d’pele. Participou das Tardes Amadianas na UNEB, é membro da casa do poeta
e da Câmara de Literatura de Alagoinhas. Participou da semana de Cultura de
Alagoinhas com exposições áudio visual. È instapoeta e membro do Mulherio das
Letras. Selecionada no concurso Dolores Duram, com o poema “Loucos soltos”.
Participou de saraus: Boi Encantado, dos ventos e Sarau no Centro de Referência
de Apóio à mulher. ( CRAM).Seu mais novo livro “Olhos de Lince”è um registro de
viagem por 23 países
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