Cinco poemas de Jussára C. Godinho | Do livro "Telhado de vidro"
Dry Heart Studio. Fonte: pixabay.com |
Cinco poemas de Jussára C. Godinho
Do livro Telhado de vidro
Arte
viva
Os
matizes do arrebol
Arreganham
a Poesia
Escondida
atrás do sol
E
elas inventam telas
Azuis
celestes
Encantam
E
cantam fados
E
declamam versos
- de arco-íris -
Enchem
os olhos
Enlevam
o coração
Emolduram
e enquadram
A
vida!
Sonhos voadores
Os
tantos pedaços
Arrancados
de mim
Andam
voando por aí
Suspeito
até
Que
viraram borboletas
Ou
pétalas...
Eram
tão coloridos!
Moritz320. Fonte: Pixabay.com |
Reparos
Antes
que eu me vá...
Segure
minhas mãos
entrelace
seus dedos
Antes
que eu me vá...
Olhe
nos meus olhos
Feche
os seus, me abrace
Antes
que eu me vá...
Sinta
minha pele
E
ouça meus sons
Antes
que eu me vá...
Revele-se
a mim
Esbanje-me
Antes
que eu me vá...
Ande
onde estou
Sirva-sorva
do meu cálice
Antes
que depois
Descerre
os seus olhos
Para
que eu não cerre os meus
Camaleão (decassílabos)
Às
vezes, eu sou escura como a noite
Outras
vezes, brilhante como a lua
A
vida, às vezes, me bate de açoite
Violentando
a minha alma quase nua
Às
vezes, vem vestida de alegria
Dançando
tangos e valsas de amor
Deixando-me
vermelha de euforia
Suada,
devastada de calor
Muitas
vezes, eu sou da cor do céu
Celeste
como um anjo divinal
Suave
e tão leve, tão longe do mal
Mas
lá vem ela, fazendo escarcéu
Preta
e vermelha, matiz infernal
Concluo:
isso é vida, então, sou normal
Intrusa
Delineia a selva de pedra
que
sombreia minha janela
um
fiozinho de paisagem...
É
o azul do céu
que
adentra à timidez do sol
de
outono
e,
mansamente,
tinge
o meu olhar
e
paralisa em mim
a
dor da civilização.
Beate Bachmann. Fonte: pixabay.com |
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