Dois poemas de Samanta Aquino | "A arte de ser mulher"
Jill Wellington. Fonte: pixabay.com |
Dois poemas de Samanta Aquino
A
arte de ser mulher
Ser mulher é uma dadiva
divina,
É arte que nem o
Estoicismo,
O Barroco, o
Renascentismo, o Modernismo,
De verdade explica ou
compreende.
Leonardo Da Vinci pintou
“Monalisa”.
Vincent Van Gogh pintou a
“Moça com brincos de perola”.
Tão misteriosas e
oblíquas.
Mulheres, são poemas,
fantasias,
São vendaval, maresia,
São o fim de tarde, a
pura alegria.
Também são dor, são
melancolia,
Pois nem tudo é rígido,
Nem tudo consegue ser
suportado,
Nessas veias e neste
coração sofrido,
Que carrega mágoas do
passado,
Que carrega os amores que
nem foram ditos,
Só sentidos, em teu peito
vividos,
E por fim, adormecidos.
Nos teus doces sonhos,
Sonha em voar, mas já se
prepara para a queda.
Mulher é mesmo mãe que
rege a natureza,
A pureza, a firmeza...
Dos dias calmos e
tranquilos.
Tudo pode parecer um mar
de incertezas,
Elas continuam
caminhando,
Fazendo os teus passos
ter tua intrínseca beleza.
“Olhos de cigana oblíqua
e dissimulada.”
Ah! Eu te entendo
Bentinho...
Capitu era mesmo uma mulher
de muitas facetas,
Muitas características
que não couberam,
Em um só livro, em uma só
história.
Tento imaginar o que
Machado pensava,
Ao criar a complexidade,
a intensidade,
A louca e irreverente
vaidade,
Tão feminina, presente
naqueles olhos.
Mas aqui... Entre nós,
Quem amou uma mulher,
Quem esteve ao lado deste
ser.
Quem experimentou o
prazer,
A dor, o fogo e o poder,
De ter uma mulher só para
si,
Sabe bem o que digo
nestes versos.
Jill Wellington. Fonte: pixabay.com
Um novo tempo
Eu imagino a vida em
cor-de-rosa,
Eu imagino sinos tocando,
No alto das catedrais,
Eu imagino anjos se
compadecendo,
Das dores, destes dias
anormais.
Onde a vida pesou,
E arrastada, passa pelas
ruas,
Pelas esquinas e bares.
Édith Piaf, tinha muito a
dizer,
Sobre a vida, sobre as
aquarelas,
Das manhãs de outras
épocas,
Mas já só com o seu doce
cantar,
Imagino a pluma mais
cor-de-rosa,
Pintando os céus,
colorindo os jardins,
Que tristes choram, neste
momento,
Pois lá fora, há uma pandemia,
Um caos, uma insana
distopia!
Mas, como Édith, queria
eu sentir,
Calmamente os sons das
sinfonias,
Sinfonias doces,
nostálgicas,
Saudades de tempos que
ainda estão anotados,
Pra um dia serem vividos.
Dono do toque mais
aprimorado,
Vejo também nas notas de
Beethoven,
Um singelo: “La vie en
rose.”
Sem palavras, só maresia,
pura calmaria,
Sons que remetem aos
sinos,
As catedrais, as nuvens
ao longe...
Bordando sonhos com a
linha da imaginação.
La vie en rose! Toquem!
Ouçam! Sorriam!
Um tempo mais vívido
virá,
Pintado de cor-de-rosa.
Jill Wellington. Fonte: pixabay.com
Samanta Aquino (Samanta Clara Dutra de Aquino) nasceu em Matozinhos/MG no dia 28 de Abril de 2002. Concluiu o 3º ano do Ensino Médio em 2019, na Escola Estadual “Bento Gonçalves”. É acadêmica efetiva da Academia Matozinhense de Letras, Ciências e Artes (AMALETRAS), cadeira 25, desde 2019. Participou de várias coletâneas em 2019 e 2020. Lançou no decorrente ano, o seu primeiro livro: Memórias de Anne Rose. Neste ano, participa da Antologia: Fernando Pessoa e seus convidados, entre outras, pela editora: Mágico de OZ. Foi aprovada para receber o Prêmio: “Melhores de 2020”, pela Associação Internacional De Escritores e Artistas (LITERARTE), na categoria poesia.
Comentários
Postar um comentário