Coluna 01 | LIVREMO-NOS! - Apresenta: Carta à rainha louca de Maria Valéria Rezende
coluna 01
Em homenagem à nossa querida Maria
Valéria Rezende, escritora e responsável pelo "chamamento"
ao Mulherio das Letras, hoje com mais de sete mil mulheres ligadas
à literatura espalhadas pelo mundo, estreiamos a coluna LIVREMO-NOS! com
a indicação do livro, Carta à rainha louca, (3ºlugar -
categoria: romance) do Prêmio Oceanos 2020 (Um dos prémios
mais importantes da literatura de língua portuguesa).
"O livro ajuda a analisar melhor por que a gente ainda não conseguiu superar realmente, de maneira, séria o machismo" Maria Valéria Rezende
"A história é trágica, mas carregada de humor. A narradora escreve à rainha dona Maria, em Portugal, com a intenção de informá-la sobre os infortúnios das mulheres na colônia. Ela mesma é filha de um capataz de engenho, português que cruzou o Atlântico em busca de sucesso, mas não encontrou terreno pra isso. É uma das sobrantes, sem dote nem futuro como parideira, e acaba em uma casa de recolhimento, misto de prisão com convento, após o sumiço do pai em decorrência do assassinato de um capitão do mato que tentou dela abusar.
Assim como é atribuída a dona Maria a condição de demente, a narradora sabe bem como será acusada de louca por pegar pena e papel para se queixar. Com isso em mente, destila sua raiva, propositadamente riscada durante vários trechos do livro. As rasuras vêm acompanhadas de um pedido de desculpas: papel é coisa rara em casa de mulheres, por isso ela não pode desperdiçá-lo. Nesses trechos estão as maiores verdades da carta, praticamente um protesto feminista à moda do século 18."
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Onde comprar: Companhia das Letras
foto: Adriano Franco
Maria Valéria Rezende nasceu em 1942, na cidade de Santos (SP), onde viveu até aos 18 anos. Desde 1976 que vive na Paraíba, tendo já recebido o título de cidadã paraibana. Formada em Língua e Literatura Francesa, Pedagogia e mestre em Sociologia, dedicou-se, desde os anos 1960, à Educação Popular, em diferentes regiões do Brasil e no exterior, tendo trabalhado em todos os continentes.
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