Preta em Traje Branco | Dueto de Paixões de Susana Malu Cordoba
Amar e me jogar aos
abismos
Uma obra de arte e
sua tragédia
Porque é na queda que
sente vivo
É em queda livre que
se sente
A lâmina afiada, o
derradeiro corte
É lá que se morre
É lá que as mulheres
queimam de tanto amar
Em queda livre que o
amor
Nos vira do avesso e
nos espalha...
Nossos eus… pequenos
pedaços
É na queda livre que
o amor nos consome
E nos leva a fina
camada de pele,
Corrompe o tutano dos
ossos
E lambe lentamente o
líquido de nossa vaidade
E sem cautela, amamos
E com urgência,
amamos
E com bravura, amamos
Amamos sem outras
garantias
Que não a sensação de
estarmos vivos
************************
Sim, todas as vezes
que o amor me bater à porta
Me encontrará sentada
à sua espera
Me entregarei ao ato
de amar
Afundarei
irremediavelmente em bocas
Provarei do mel desses
corpos que queimam
Sim, todas as vezes
que o amor me bater à porta
Agarrarei tornozelos,
unhas e pele
Mastigarei esse fio
escorregadio de erros e defeitos que somos
Vestirei as roupas
desse querer que dói
E se me perguntarem
nos becos e vielas da vida,
Direi sem medo que o
amor vale a pena,
e que a mistura dos
nossos corpos
É esse aroma frutado
de verão.
Direi que o amor
precisa ser vivido
E que mais me vale viver um instante de amor,
que uma vida segura.
Que mais me vale esse amor
que me belisca o céu da boca
que depois me leva às
lágrimas
Que vale mais que passar
por domingos mornos na frente da tv.
Direi que por mais
que o fim seja inevitável,
Comentários
Postar um comentário