Preta em Traje Branco | Três Tretas de Valéria Rufino
Chuva
Chovendo
a vida
Correndo
sangue abaixo, a chuva
Soluços,
sorrisos, gritos e abraços
Evaporando
sentimentos, sentindo momentos
Guardados
em nuvens de pensamentos... mente... menta...
Chove em
cima da cabeça... chuvas caem sem cabeça.
Molha o coração...
que soa queda d’água
Navega e
retorna ao nada, nadando na amplidão
Sonhando
à sombra do real
Sentando
na macia anormalidade de um ser normal.
Fechando
os olhos
Que
sorriem o riso dos lábios
Lacrimejantes
lábios
Osculando
a libido da meditação...
Só
palavras soltas
Soltando
num hálito
O orgasmo
de um grito sangrento
Os olhos
se fecham para ver
E sentir
as batidas
Caladas
pela eletricidade
Olhos fechados, sorrindo sempre
Vendo
tudo e sempre
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Decomposição
ação
imã...terra
era de DES
NUDO
AMOR
NUTRIR
AMPARO
TRUIR
Paro para
parabolizar frente ao espelho
Espelhando
a imagem que contradiz e diz
DES
ilude...
Invadido
Perdido
na composição
Dos
seres, música, espaço...
Cor
vermelha
Latente posição de gente
Derrete e
volta a lama
Amaciando
a calma
Que
acalma o liquido humano
Sangue de
água, rio de vinho
Urinando champanhe
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Ele se foi
Nós éramos tão nós
E ele morreu
Morreu também o nós
Ficou um EU
Fragmentado e sem jeito
De ser sujeito.
Em outro conto de nós.
Um pronome oculto
Dentro de frases sem sentido.
Onde estamos? Não estamos.
Estás
Sem saber caminhar...
Chora...
Sem saber viver...
Sonha.
Encontre-se no laço
Que como abraço
Mais fácil se desfaz.
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