Para não dizer que não falei dos cravos | Cinco poemas de Pedro Vale
Coluna 24 |
Cinco poemas de Pedro Vale
do livro Azul instântaneo
Porto
A poesia vai
Pela rua,
Nua.
Esconde-se
Nas manhãs mais
Frias.
E é à noite que lhe foge
A voz.
Lenta
E lenta,
Lentamente,
Até
Desembainhar
Na
F
O
Z
*
Luz(a) alma
Sossega e vive do ar
A cómoda alma, armário espacial.
Plana e cisma a esmola pintada
Na rua nua e perfumada.
Sonha a universal fundação,
À beira-rio, navio-fantasma e fruição.
Entoa, na guitarra infantil, dramática gente,
Num acorde simples, medieval.
- Ó alma lusa,
Acorda e sente,
Mesmo que à tangente,
O que é ser filha de Portugal.
Imagem de Christian Dorn por Pixabay. |
Hoje acordei com uma andorinha no estômago.
A noite era de tempo limpo e sono.
Sabia a quebra milenar, cabelo solto.
Nenhuma angústia, lei, mato ou víscera
defronte.
O prédio seguia o seu curso normal de vida, espécie
de abrigo impune.
Gineceu.
Observava sem capacidade estrelada o céu,
quando a miúda astronomia me
Espantou a inocência.
A circular impressão se revelara.
Tal como no meu estômago, assim uma
via-andorinha, se alongava, qual
fita emprestada, distraidamente, no ar.
*
No
Silêncio
De ouro da
Ponta do pargo,
Por um fio não
Desci para a
Gruta ida
De t
I
.
.
.
.
.
*
Cisma
Em mim um
Conceito,
Quase uma
Ordem estabelecida.
- o desejo.
Quanto
Menos o
Pratico,
Mais
se manifesta e me
surpreende por
excitante e novo.
Glicínias.
Imagem de Christian Dorn por Pixabay. |
Muito obrigado Divanize pela oportunidade. Abraços poéticos de Portugal!
ResponderExcluirexceLente poesia pura de Pedro Vale
ResponderExcluir*
poesia pura
puta loucura
cura me
*