Três poemas de Josuelene Souza | Autorretrato
Imagem de Ilona F. por Pixabay. |
Três poemas de Josuelene Souza
AUTORRETRATO
Sou
mulher:
Ser
frágil em sua incompletude
Ser
forte em sua completude
Sou
mulher:
Ser
forte em suas batalhas da vida
Sou
mulher:
Em
seus encantamentos e desencantamentos
Sou
mulher:
Ser
ora incansada, ora cansada
Sou
mulher:
Ser
libertária
Sou
mulher:
Ser
geradora de outro ser
Sou
mulher:
Ser
com vontades e desejos
Sou
mulher:
Ser
mãe
Ser
amada
Ser
amante.
Sou
mulher:
Ser
de liberdade
Ser
de amizade
Ser
de lealdade
Sou
mulher:
Ser
fera
Ser
animal
Ser
angelical
Sou
mulher:
Ser
das fusões
De
Afrodite
De
Atenas
De
Artêmis
De
Vênus
Sou
mulher:
Ser
de uma junção de todas as mulheres:
Cleópatra
Helena
Maria
Paraguaçu
Xica
da Silva
Anita
Garibaldi
Dandara
Maria
Quitéria
Sou
mulher:
Ser
mitológico
Ser
angelical
Ser
guerreiro
Guerreiro
ser.
*
RITO
DE PASSAGEM
Em
comemoração aos meus 40 anos
Somos passagem do tempo
Ora sorrimos
Ora cantamos
Ora choramos
Ora amamos
Somos feitos de marcas
Somos feitos de feridas e cicatrizes
Somos feitos de felicidades e tristezas
Somos feitos de mistérios e verdades
Somos feitos de experiências
Somos feitos de carne e ossos
Somos feitos de ferro e pau
Somos feitos de amor e paixão
Somos feitos de sentimentos e esperanças
Somos feitos de lutas e de sangue que corre nas veias
Somos feitos de poesias e canções
Somos feitos de ritos e rituais de passagem
Somos feitos da junção do pretérito, presente e futuro
Somos feitos de sorrisos e alegrias
Somos feitos de paz e harmonia
Somos feitos de amor e calor
Sorria
Cante
Ame
Corra
Lute
Sonhe
Viva!
*
ALÉM
DO OLHAR DOS HOMENS
O olhar para além do vê!
É o olhar do contemplar!
É o olhar do admirar!
É o olhar do sentir!
Sentir a beleza que nos foi tirada
pela poluição urbana!
Sentir a beleza das flores da praça,
Ali, sem muita importância para os olhares desatentos
e apressados!
Sentir o cheiro que exala e flui das rosas vermelhas!
Tão solitárias quanto o poeta que as admira fixamente!
É o olhar do poeta para além do ver!
É o poeta com seu olhar sensível e transmutante!
Ah, o poeta solitário!
Ah, as rosas solitárias!
Eles se completam no instante do olhar transfixado!
O poeta e sua leitura da alma das coisas!
A leitura da alma das coisas é a função inexplicável
do poeta!
Que aos olhos comuns as coisas sem importância são
apenas coisas inúteis!
Aos olhos comuns as pequenas coisas são tangíveis!
Aos olhos dos poetas as pequenas coisas são
intangíveis
Ao desnudar do olhar e da alma!
Função do poeta para vê além do enxergar
É preciso ficar nu, despir-se das coisas inúteis
Vestir-se das coisas uteis, sensíveis aos olhos!
Olhos sensíveis
Poeta sensível
Olhar para além do ver
Vê para além do enxergar!
Imagem de Josunshine por Pixabay. |
Poemas fortes,maravilhosos!
ResponderExcluirLindos poemas!
ResponderExcluir