Poema | Nunca Mais, por Jeane Tertuliano

|Coluna 10|

Entre quatro paredes,

a solidão perene ecoa

e o vazio destoa a voz

que, chorosa, sufoca

l e n t a m e n t e.

Toda a gente padece

um pouco maia

a cada manhã dorida

de verdades fingidas.

Nada mais tem valor

no vão ostensivo

que reluz incolor.

Empatia é sonora

nos lábios sem amor

de homens e mulheres.

Eu sempre me questiono:

o que eles pretendem

falando do que não sentem?

Mentiras há muito contadas

desfilam encorpadas nas ruas,

nos lares e nos corações frios.

Apenas eu divago adoidado

sobre os nossos temidos vazios?!

Ignorar a escuridão à janela

não apagará as sequelas.

Nada mais será como antes!

Deitada em minha gélida cama

escuto o crocitar da ave medonha

que sobrevoa o alto do meu ser... 

"nunca mais" — eu a ouço dizer.




Comentários

PUBLICAÇÕES MAIS VISITADAS DA SEMANA

Mulher Feminista - 16 Poemas Improvisados - Autoras Diversas

De vez em quando um conto - Os Casais - por Lia Sena

Isabel Furini, Divani Medeiros e Izabel Rodrigues: Dia Internacional da Mulher

A vendedora de balas - Conto

"8 DE MARÇO" EM POESIA E PROSA| NIC CARDEAL

#8MAR | Reflexão & Poesia | Chris Herrmann

Evento Avipaf: Exposição, Sarau e Medalhas

Uma Crônica sobre mulheres - por Rejane Souza

A POESIA INTENSA DE MALU BAUMGARTEN | PROJETO 8M

Crônica | Sobre inclusão e suas pequenas revoluções