O martelo de Adelaide – Marília Kubota
MOSAICO Coluna 02 – Resenha O martelo de Adelaide por Marília Kubota O martelo (Garupa, 2017), de Adelaide Ivanóva, recorre à metáfora de uma ferramenta considerada arma branca entre os povos primitivos. Na Revolução Industrial, torna-se símbolo da classe operária: é um instrumento para pregar pregos. Na era moderna, ao lado da foice do camponês, transforma-se no ícone da bandeira comunista. Há duas referências para as quais o livreto (com 82 páginas e 29 poemas) aponta. O martelo do juiz, que representa o poder de proferir sentença nos tribunais, batendo com força em vítimas de estupro e o livro O martelo das feiticeiras , manual no qual a Inquisição da Igreja Católica se baseava para caçar hereges, entre eles, “mulheres que haviam feito pacto com o demônio” ou adúlteras. O livro amplifica estas duas vozes, a da estuprada e a da adúltera. Estas mulheres, segundo o Imperador Constantino, eram consideradas foras-da-lei. As vozes femininas são an