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A poesia espetacular de Fabíola Lacerda

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Desenho por W Patrick T O D O S  O S H O M E N S  M O R R E R A M todos os homens morreram todos ando por entre cadáveres tentando não pisar em nada apesar do cuidado pelas pontas dos pés ocorre-me de pisar num crânio ou outro num fêmur numa tíbia em pequenas falanges estou só quase sem ar mas prossigo suando sangue chorando sangue em minhas artérias circula o pus de muitos séculos prossigo intuo que talvez ainda haja vivos mulheres andando perdidas absortas tentando encontrar alguma culpa após a desforra que traga de volta o sentimento de realidade- a culpa não há o que fazer além de prosseguir encontrar alguém relatar a hecatombe lavrar obituários registrar como todas nós- inconspirantes num mesmo instante mesmo transe desferimos os golpes acumulados desde lilith mas hoje não queria falar sobre nada é preciso procurar e não encontrar é preciso deitar a mente na suspensão do pó il faut não ampliar o holoca

Lia Sena - Seis poemas publicados em livros e um a publicar.

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Fotografia por Marcelo Sena : ponderações quase certo que a oficina de risos fechará as portas às três. [o expediente será quebrado] se o senhor das lágrimas insiste em implantar seu feudo em arrolar escravos aliciar as dores o que fazer pra se manter imune dono do seu próprio reino? como bater altivo no peito e gritar bem alto - sou dono do meu latifúndio? quase certo que resistirão os fortes guardarão os bosques enfeitarão os lagos com mágicas estrelas quase certo que a fúria implacável de monstros não resistirá aos anjos. [haverá plena colheita] e se não assola a fome, os homens a festa será plena. todos os moinhos girando todas as portas abertas. até as seis. Em De foro íntimo (Penalux/2018) Desenho por W. Patrick modus operandi recomendamos um certo ar blasé. nenhuma gentileza explícita nenhum olhar condescendente. os cabelos muito bem alinhados sempre. nenhuma felicidade aparente. nenh