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Mostrando postagens com o rótulo Dias Campos

Para não dizer que não falei dos cravos 12 | UM CONTO DE DIAS CAMPOS

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  Para não dizer que não falei dos cravos (12) Um conto de Dias Campos: "A PAIXÃO DE  LEONARDO"   Eu e Leonardo crescemos no mesmo bairro, na pacata Santa Clara do Cerro Azul, uma cidadezinha achada à lupa, no interior de Minas Gerais. Era uma época boa, em que as crianças brincavam despreocupadas na rua, empinavam pipa sem a maldade do cerol, e chupavam cana recém-descascada. E porque estudássemos na mesma (e única) escola, eu o esperava passar por minha casa para irmos juntos conversando sobre os assuntos mais importantes do dia anterior – geralmente, o estimulante comprimento da saia da nossa bela professorinha. Mas se éramos como irmãos, fosse na aparência, fosse nas estripulias, nossos gostos eram bem diferentes. Enquanto eu adorava uma boa moda de viola, Léo ficava deslumbrado quando, passando em frente à bodega do seu Carlos, conseguia ouvir um rouco solo de piano, que saía do seu rádio caixa de madeira. Eu não conseguia entender como alguém da nossa idade, q

Para não dizer que não falei dos cravos 10 | Uma crônica de DIAS CAMPOS

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  Para não dizer que não falei dos cravos (10) Uma crônica de DIAS CAMPOS LARINHA AINDA NÃO FOI PARA O CÉU ​ Há quase cinco anos, meu filho ganhava o seu primeiro bichinho de estimação. Mas esse presente não veio só porque fosse insistente. Decidimos, eu e minha esposa, que ele deveria merecê-lo. Para isto, teria que passar por um longo período de prova, de fevereiro até doze de outubro. Se até o dia das crianças ele tivesse praticado mais atos meritórios do que traquinagens,  nossa família aumentaria de um pet. Imprimimos uma tabela, a prendemos com ímãs na porta da geladeira, e nela ticávamos com tinta azul ou vermelha, conforme fossem as ações positivas ou negativas. ​ Mesmo não esperando que o leitor acredite, foi só no último dia do prazo que o lado azul superou o vermelho! Uma vez cumprida aquela condição, o garoto fez jus ao prêmio. ​S e é verdade que o guri não tinha certeza sobre qual a raça que mais o agradava, se cachorro, gato ou furão, também é exato afirmar que, por m

Para não dizer que não falei dos cravos 03 | "PALMAS PARA A URSINHA MARROM", um conto infantil de DIAS CAMPOS

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P ara não dizer que não falei dos cravos (03) "PALMAS PARA A  URSINHA MARROM" Um conto infantil de  DIAS CAMPOS  "Ursinha Marrom acordou bem disposta e com muita fome. Mamãe Ursa tinha acabado de colocar um montão de comida na mesa. Ela tomou leite, comeu cereal, e se lambuzou de mel. Mamãe Ursa ficou satisfeita. Em seguida, Ursinha Marrom pediu para ir brincar no bosque. Mamãe Ursa deixou, mas pediu que ela não fosse muito longe. E Ursinha Marrom saiu cantando e saltando. Depois de alguns minutos passeando, ela começou a ouvir uma doce canção. Era tão suave, tão agradável, que Ursinha Marrom parou e ficou só ouvindo. Ela estava encantada com aquela música! Mas não conseguia saber de onde vinha. Fuça daqui, fuça dali, e ela percebeu que a canção vinha detrás de uns arbustos. Ursinha Marrom era curiosa. E foi se aproximando, se aproximando... Até que viu uma linda menininha sentada no chão, vestida de camponesa. E enquanto brincava com suas bonecas, cantava como se fosse

Para não dizer que não falei dos cravos | Duas crônicas de Dias Campos

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  Coluna 19 Duas crônicas de Dias Campos Quanta responsabilidade!* No dia a dia é comum confrontarem-se opiniões absolutamente antagônicas sobre um mesmo assunto. Aliás, nas lides forenses isso é corriqueiro. Como consequência, é natural que um dos lados prevaleça, seja porque é o mais forte, seja porque está protegido pelo direito. Sendo assim, jurava que nenhuma outra hipótese seria suficiente para me deixar impressionado ou descontente. No entanto, ontem à noite, quando assistia à televisão, acabei mordendo a língua... Era um documentário sobre o posicionamento de vários escritores, atuais e do passado, acerca da esperança. Dois deles me chamaram a atenção, visto que bem poderiam ser escolhidos os representantes daquele antagonismo. Por mais paradoxal que seja, apesar do seu Amor de perdição e de ter sucumbido às tentações do suicídio, o extremo positivo era encabeçado por Camilo Castelo Branco, que proclamou “Bendita seja a esperança, filha dos céus, eterno cântico dos anjos.” No p

Para não dizer que não falei dos cravos | Uma crônica de Dias Campos

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  Coluna 06 Uma crônica de Dias Campos E a porta se abriu   Se tivermos um sonho, devemos persegui-lo, pois o máximo que poderá acontecer... Será dar certo! Essa frase, de minha autoria, representa a filosofia por que sempre me guiei. Por força disso, hoje tenho o privilégio de compartilhar com todos um fato ímpar que me aconteceu. Desde a adolescência percebi que o escrever e eu seríamos um só. Restava-me, no entanto, decidir entre duas lindas primas. A poesia, loira sensível, fazia-me devanear a cada vez que lhe escutava a voz melíflua. A prosa, morena fogosa, levava-me à ebulição tão só lhe fixava as curvas enigmáticas. Ó dúvida lancinante!... Resolvi, então, pedir ajuda a um dos meus preferidos, e fui me consultar com Voltaire. O iluminista, que lá do Empíreo já pressentira o meu dilema, não precisou de nenhuma anamnese para me nortear a escolha. Com a habitual perspicácia, pegou do seu conto A princesa da Babilônia e relembrou-me que a verdadeira poesia é natural e harmo