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A poesia incrível de Fabíola Mazzini - cinco poemas

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Carmen Luna àquelas horas, na rua, nada de anjo da guarda só a fumaça, neblina ensaiada. ela era assim: cabelo chanel, tragadas profundas comentários esparsos. sobre o garçom jogando água na calçada: garçom conservador deveria ser proibido. o passado bate muito à porta ultimamente. sobre o amor: estátuas de farda na praça pública andam matando todo amor. sobre a cachaça: trôpego, mas de pé, é o futuro da humanidade. há poesia na praça, sussurra: sem as estátuas, não conheço o macio. sem as mortes, não alcanço as estrelas. ela vai embora devagar. os olhares aniquilam sutilmente a dobra da esquina, como tiros na nuca. Hoje me livro da pele Essa armadura atávica Hoje me livro da fala Essa moeda de troca Hoje me livro do medo Essa guilhotina das ideias Pensava ela Enquanto rodava em círculos No próprio quarto Depois de socar almofadas E ler aquele best-seller que ensina tudo sobre amor próprio