Para não dizer que não falei dos cravos | Três poemas de Henrique Souza
Coluna 15 Três poemas de Henrique Souza Noite Na noite há ânsia São Jorge contra dragão O sangue e o eterno A infinita batalha Sobre a Terra Os esquecidos, os varridos O lar dos mortos Sussurros e palavras Indesejáveis O repouso, o colo O local onde nasci. Imagem de Gerd Altmann por Pixabay. Desculpe-me Desculpe-me por não ter olhado Embaixo dos galhos verdejantes Lá estava o símbolo do Alfa O meu maior presente Desculpe-me pelas estrelas borradas Dos caminhos desconhecidos Estava só como um esqueleto A beira de um grande espelho Desculpe-me por não ter visto os sábias Atormentados pela fome Doentes e esqueléticos Eles só precisavam de um afago Desculpe-me não ter prestado atenção No homem de Barba-Azul Com o rosto distorcido de dor Com a voz vermelha de lamúria Agora o caos reina em nossas vidas Como ondas de mar, como o vento Que implora pela purificação e pelo renascimento Para talvez um dia