Para não dizer que não falei dos cravos 11 | A poesia de JOSÉ INÁCIO VIEIRA DE MELO
Para não dizer que não falei dos cravos (11) A poesia de JOSÉ INÁCIO VIEIRA DE MELO ● Quatro poemas de "Garatujas Selvagens" capa do livro Garatujas selvagens OFÍCIO Cunhar abalos sísmicos, eis o meu ofício. Mergulho no sonho e vou ao mais profundo em busca do incriado. E como é estranho o luminoso minério que surge assim precipitado. Para não me cegar com a ensimesmada joia, que atravessa diamantes numa onda de amálgamas espelhados, esfrego-a no corpo, cautério que toca na alma espalhando brasas. E brotam versos vivos, sorrisos suados, lágrimas talhadas. (p. 21) -*- SOLUÇÃO A solução para tantas palavras é apagar delas o sentido. E partir da intacta inocência quando ainda tudo era nada. E sentir a poesia despertar o silêncio até chegar ao outro, inventando nexos. O humano é demasiado e necessita inscrever no corpo do texto a textura do drama. (p. 26) -*- ROTA INFINITA Minhas palavras estão sem sono e o silêncio grita teu nome, mar que admiro. Com os sentid